Em crise, Correios vão ceder prédio histórico à prefeitura de SP; entenda acordo

Os Correios fecharam um acordo com a prefeitura de São Paulo para que o Palácio dos Correios, localizado no Centro de São Paulo, seja utilizado de forma gratuita pela gestão municipal.

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prefeitura de São Paulo usará o Palácio dos Correios para instalar e operar a central de monitoramento do seu programa de vigilância com câmeras e reconhecimento facial, o Smart Sampa – que atualmente opera 25 mil câmeras espalhadas pela cidade e foi responsável por mais de 2 mil prisões em flagrante desde novembro de 2024.

A IstoÉ Dinheiro teve acesso ao termo de acordo entre a gestão da capital paulista e a estatal. O documento aponta que o acordo ‘tem como objetivo atender a finalidade pública e a função social, visando a realização do interesse coletivo por meio da alocação eficiente dos recursos patrimoniais’.

O prazo de cessão do prédio é de 15 anos, com possibilidade de prorrogação por meio de um termo aditivo.

Durante a vigência desse acordo, a prefeitura de São Paulo ficará responsável por arcar com abastecimento de água e esgoto, energia elétrica, serviços de limpeza e vigilância, controle de acesso e manutenção e conservação do prédio.

O edifício tem custos altos para a estatal e, com esse acordo, todos esses custos deixarão de ser um peso no balanço dos Correios. Ou seja, ceder o prédio de forma gratuita é uma forma de a companhia se livrar de um prédio relativamente caro.

A Istoé Dinheiro questionou a companhia acerca dos valores que serão economizados com a cessão do imóvel mas ainda não recebeu devolutiva. O espaço segue aberto.

A medida vem em meio a uma toada da companhia de tentar equilibrar suas finanças, dado que o prejuízo de 2024 foi de R$ 2,6 bilhões, mais do que quatro vezes maior do que o do ano anterior. Os dados mais recentes mostram que do total das unidades operacionais da empresa, 85% são deficitárias, operando no vermelho.

Conforme mostrado pela IstoÉ Dinheiro mais cedo nesta semana, a companhia está tomando uma série de iniciativas para conter gastos, incluindo incentivos a redução na jornada de trabalho, prazo maior para Programa de Desligamento Voluntário (PDV), retorno ao trabalho presencial e cortes nas férias.

Além dessas, o documento aponta que outras medidas estão em fase de elaboração e ‘serão anunciadas oportunamente’. Nesse caso, são medidas com ‘foco no aumento da eficiência operacional’, podendo sinalizar um enxugamento maior em outras linhas.

A estatal também já sinalizou, inclusive, que deve vender vários imóveis, dos quais alguns ociosos. Além disso, na gestão dos ativos imobiliários, deve compartilhar unidades operacionais e revisar os contratos das maiores Superintendências Estaduais (SEs).

Veja como é o Palácio dos Correios

O edifício foi inaugurado em meados de outubro de 1922, projetado pelos arquitetos italianos Domiziano Rossi e Felisberto Ranzini, do renomado escritório Ramos de Azevedo.

A construção do prédio fez parte das comemorações do centenário da Independência do Brasil, servindo como um dos emblemas do crescimento urbano e econômico de São Paulo no início do século XX.

Originalmente, o prédio abrigava a Agência Central dos Correios e Telégrafos, sendo a maior do país. Todavia, as funções administrativas da empresa foram transferidas para a Vila Leopoldina na década de 1970 e, em 2013, após uma restauração, uma parte do edifício passou a sediar o Centro Cultural Correios de São Paulo.

Em 2022, a Prefeitura de São Paulo elaborou um projeto para transformar o edifício em um complexo de serviços 24 horas, mantendo a agência postal ainda lá dentro, mas ocupando os pavimentos superiores com serviços municipais.

A área construída total do Palácio dos Correios é de cerca de 15 mil metros quadrados, ao passo que a área que será cedida para a prefeitura é de 10,9 mil metros quadrados.

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