A Fenix International Ltd, empresa britânica que detém o controle do OnlyFans, está em negociações para vender a plataforma por cerca de US$ 8 bilhões (aproximadamente R$ 47 bilhões). As informações foram obtidas com exclusividade pela Reuters junto a fontes com conhecimento direto das tratativas.
O grupo interessado na aquisição é liderado pela Forest Road Company, uma firma de investimentos sediada em Los Angeles.
Embora os demais nomes envolvidos ainda não tenham sido revelados, fontes informaram que a proposta já está em discussão desde março e pode ser concretizada nas próximas semanas. A possibilidade de um IPO (oferta pública inicial de ações) também está sendo considerada como alternativa estratégica pela atual proprietária.
Crescimento exponencial e interesse do mercado
Lançado com foco em monetização de conteúdo direto ao público, o OnlyFans se popularizou globalmente durante a pandemia de COVID-19, principalmente por permitir que criadores adultos cobrassem de assinantes por acesso exclusivo. A plataforma retém 20% dos ganhos dos criadores.
A receita da empresa saltou de US$ 375 milhões em 2020 para US$ 6,6 bilhões em 2023, segundo dados apresentados a reguladores britânicos. O crescimento acelerado tem chamado a atenção de investidores e ampliado a percepção de valor da marca no mercado internacional.
Um dos trechos mais comentados nas negociações foi o histórico da Forest Road com a empresa. Parte dos seus executivos integrou, em 2022, uma empresa de aquisição com propósito específico (SPAC) que chegou a avaliar a abertura de capital do OnlyFans.
As conversas indicam que o interesse pelo ativo persiste, especialmente diante do desempenho financeiro consistente nos últimos anos
Afirmou uma das fontes ouvidas à Reuters
Controvérsias e restrições de mercado
Apesar do sucesso financeiro, o OnlyFans ainda enfrenta resistência de instituições financeiras e grandes investidores, principalmente por causa do conteúdo adulto predominante.
Uma investigação da própria Reuters, publicada em 2024, documentou registros de denúncias em tribunais e delegacias dos EUA envolvendo casos de pornografia não consensual e materiais de abuso sexual infantil na plataforma desde 2019.
Tais denúncias dificultam a adesão de bancos e fundos tradicionais, que temem implicações legais em processos de diligência e compliance.
Além disso, Leonid Radvinsky, único acionista da Fenix International Ltd e proprietário do OnlyFans desde 2018, já recebeu ao menos US$ 1 bilhão em dividendos nos últimos três anos, conforme documentos registrados no Reino Unido. Seu paradeiro atual é desconhecido.
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Futuro indefinido, mas bilionário
Embora os rumores de venda tenham sido recentemente reforçados por uma reportagem do New York Post, ainda não há confirmação oficial de que a transação será concluída. A própria Fenix mantém conversas paralelas com outros possíveis compradores.
Se concretizada, a venda por R$ 47 bilhões colocaria o OnlyFans entre as maiores transações já realizadas no setor de plataformas digitais com conteúdo por assinatura, além de representar um marco para empresas associadas ao entretenimento adulto.
A Forest Road, por sua vez, mantém um portfólio voltado a mídia, energia renovável e ativos digitais, tendo participado também da aquisição de uma equipe da Fórmula E e ampliado recentemente sua atuação no setor de assessoria financeira.
Enquanto as negociações seguem nos bastidores, o mercado observa com atenção o próximo capítulo dessa disputa bilionária — uma história que, como o próprio OnlyFans, continua cercada de interesse, lucros astronômicos e controvérsias.
Fonte: Reuters e New York Post
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