
A Polícia Civil de São Paulo divulgou um relatório parcial que está dando o que falar: parte do dinheiro oriundo do contrato de patrocínio entre o Corinthians e a casa de apostas Vai de Bet pode ter ido parar nas mãos do crime organizado.
Isso porque, o documento aponta um possível esquema de lavagem de dinheiro com elo direto ao Primeiro Comando da Capital (PCC), uma das maiores facções criminosas do país.
Como o dinheiro do Corinthians foi parar em contas ligadas ao crime?
Tudo começa com a comissão de R$ 1,4 milhão paga ao intermediário Alex Cassundé. A quantia, que deveria ser uma bonificação pelo fechamento do acordo com a Vai de Bet, foi repassada pela empresa de Cassundé, a Rede Social Media, para outras empresas suspeitas.
O dinheiro acabou dividido em duas transferências: R$ 580 mil e R$ 462 mil enviados para a Neoway Soluções Integradas, registrada em nome de um laranja.
Depois, a Neoway repassou R$ 1 milhão para a Wave Intermediações Tecnológicas, que, por sua vez, fez três transferências à UJ Football Talent Intermediação, totalizando R$ 874.150.
Quem é a UJ Football e o que ela tem a ver com isso?
A UJ Football Talent, empresa que representa jogadores como Éder Militão (Real Madrid), pertence ao empresário Ulisses de Souza Jorge e aparece no relatório como “destinatária dos valores subtraídos do clube”.
Dessa forma, a Polícia Civil classifica as transações como típicas de esquemas de lavagem de dinheiro, justamente por seu padrão de fragmentação e repasse entre diversas empresas para mascarar a origem ilícita dos recursos.
Histórico sombrio: UJ Football já foi citada em delação sobre o PCC
Essa não é a primeira vez que o nome da UJ Football surge em meio a denúncias. Em uma delação ao Ministério Público de São Paulo (MPSP), o empresário Antônio Vinícius Lopes Gritzbach já havia apontado a empresa como uma das usadas pelo crime organizado para movimentar dinheiro sujo.
Gritzbach, que colaborava com as investigações, acabou morto em 2022 no aeroporto de Guarulhos em uma possível queima de arquivo.
Além disso, ele também citou o envolvimento de Danilo Lima de Oliveira, sócio da Lions Soccer Sports, em um sequestro encomendado pela facção criminosa. Este caso, apesar da gravidade, acabou arquivado pela Justiça.
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