Com uma alta de 80,20% em relação ao mesmo período do ano passado, o café lidera o ranking dos produtos e serviços que mais subiram de preço no acumulado dos últimos 12 meses, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado nesta sexta-feira, 9, pelo IBGE.
Na sequência, as maiores altas entre os mais de 400 itens monitorados pelo IBGE foram verificadas nos preços da tangerina (46,88%), joia (29,04%) e peixe-pintado (28,6%).
+ Inflação de serviços no IPCA sai de 0,62% em março para 0,20% em abril
Outro grupo de alimentos que também vem pesando na cesta dos brasileiros é o das carnes, sobretudo a carne bovina. O acém acumula uma alta de 25,49% na comparação com março do ano passado. Patinho (+24,06%), Alcatra (23,51%) e lagarto comum (+23,39%) também subiram.
A inflação como um todo desacelerou, já que o IPCA ficou em 0,43% em abril, ante uma alta de 0,56% em março. Remédios e alimentos foram determinantes para o patamar da inflação no mês de abril. Alimentação dentro do domicílio acumulou uma alta de 0,82% no último mês.
Apesar da desaceleração, no acumulado dos últimos 12 meses subiu de 5,48% em março para 5,53% em abril, ainda mais longe do teto da meta.
Segundo Marcelo Cunha, professor e consultor de Negócios da Faculdade UNA, a carne bovina deve manter preços elevados ao longo de 2025, impulsionada por fatores como a reversão do ciclo pecuário e a demanda externa aquecida. “Já os preços do café devem permanecer altos até 2026, devido à oferta limitada e à demanda constante”, afirma.
Ele explica que a produção brasileira de café em 2024 foi afetada por fatores climáticos, como seca e geada em 2023, que reduziram os estoques em 2024 e pressionaram os preços ao consumidor.
Veja a lista das maiores altas nos últimos 12 meses

Quedas
Em abril, alguns alimentos com forte peso na cesta de consumo dos brasileiros tiveram queda, caso do arroz (-4,19%), feijão-preto (-5,45%), óleo de soja (-0,97%) e açúcar refinado (-0,29%).
No acumulado dos últimos 12 meses, o destaque vai para cebola (-44,45%), cenoura (-36,92%) e feijão preto (-25,77%).
Acima do teto da meta
O resultado veio em linha com o esperado, mas inflação segue acima do teto da meta. O centro da meta perseguida pelo Banco Central para 2025 é de um IPCA de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.
A expectativa atual do mercado para o IPCA é de uma alta de 5,53% ao fim deste ano, segundo o último boletim Focus do Banco Central. Para 2026, a projeção para a inflação brasileira está em 4,51%.
O Banco Central decidiu na terça-feira elevar a taxa básica de juros Selic em 0,50 ponto percentual, a 14,75% ao ano, deixando em aberto o que fará na reunião de junho.
O cenário econômico segue desafiador, com um mercado de trabalho aquecido e o real enfraquecido, com atenção sobre a inflação de serviços. Pairam no radar ainda as medidas tarifárias adotadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
*Estagiário sob supervisão
O post Café salta 80% em 12 meses e acém sobe 25%; veja lista das maiores altas de preços apareceu primeiro em ISTOÉ DINHEIRO.