Mala com MILHÕES de cruzados é encontrada por irmãos. Quanto esse dinheiro vale?

O que parecia um simples inventário após a perda do pai se transformou em uma descoberta inusitada no Tocantins. Dentro de uma mala guardada há anos, irmãos encontraram nada menos que 32 milhões de cruzados, moeda que circulou no Brasil entre 1986 e 1989.

A notícia, destacada em novembro de 2024, reacendeu debates sobre a desvalorização do dinheiro e a memória econômica do país.

O montante foi deixado por Paulo Abreu, falecido em 2012, e permaneceu guardado sem que a família soubesse. Se atualizado com base na inflação acumulada até os dias de hoje, a quantia equivaleria a R$ 23,6 milhões.

No entanto, o valor é apenas simbólico: as cédulas de cruzado perderam a validade oficial há mais de três décadas.

Por que o dinheiro não vale mais nada?

O cruzado voltou aos holofotes após descoberta de milhões em notas. (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)

Mesmo parecendo um verdadeiro tesouro, as notas encontradas não podem ser trocadas por reais. O Banco Central encerrou a aceitação do cruzado em 1989, e não há mais mecanismos de conversão para moedas em circulação. Considerando a taxa histórica, 32 milhões de cruzados equivalem a apenas R$ 0,01.

O episódio é mais do que uma curiosidade. Ele evidencia o impacto das transformações econômicas pelas quais o Brasil passou nos últimos 40 anos. Mudanças de moeda, planos de combate à inflação e períodos de instabilidade afetaram diretamente o poder de compra e a confiança da população no sistema monetário.

Valor histórico e interesse de colecionadores

Apesar da perda financeira, as cédulas encontradas têm valor histórico. Itens como esses, especialmente em grandes quantidades e em boas condições, despertam o interesse de colecionadores. Embora não sejam raras, podem render entre 10 e 20 centavos por unidade ou até R$ 20 o quilo, dependendo do estado de conservação.

Mais do que um valor de mercado, os cruzados contam uma parte importante da trajetória econômica do Brasil. São lembranças de um tempo de instabilidade, mas também de adaptação.

Guardar esses papéis pode representar uma forma de preservar a memória de uma geração que lidou com a volatilidade dos preços e a troca constante de moedas.

As muitas moedas da economia brasileira

Desde o início do século XX, o Brasil adotou nove moedas diferentes: réis, cruzeiro, cruzeiro novo, cruzeiro (segunda versão), cruzado, cruzado novo, cruzeiro (terceira versão), cruzeiro real e, finalmente, o real. Cada mudança refletiu tentativas de controlar a inflação e reorganizar a economia.

Por isso, o achado dos irmãos Valadares vai além da curiosidade. É uma porta de entrada para refletir sobre o quanto o país evoluiu economicamente — e o quanto ainda carrega, na memória e nas gavetas, as marcas de um passado de incertezas.

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