A construtora Odebrecht voltou a adotar o nome original, conforme anúncio feito pela razão social da Odebrecht Engenharia & Construção na quinta-feira (1º).
A mudança ocorre 11 anos após o início da Operação Lava Jato, que expôs um esquema de corrupção investigado pela Justiça e pela Polícia Federal. Desde 2019, a empresa havia adotado a sigla OEC (Odebrecht Engenharia & Construção), em uma tentativa de se distanciar da imagem abalada pelo escândalo.
“A partir de 2 de maio, a identidade visual da companhia será renovada, acompanhando o momento vivido pela empresa após a recente homologação do seu plano de reestruturação financeira. A sigla OEC, até então central no logotipo, dá lugar ao nome Odebrecht, mantendo o descritivo ‘Engenharia & Construção’, que indica o seu segmento de atuação”, informou a empresa, segundo o Bahia Notícias, portal parceiro do BP Money.
O nome e a marca da Novonor — holding de investimentos que controla a construtora, além de empresas do setor imobiliário, petroquímico e de concessões públicas — permanecem inalterados.
Reestruturação financeira está ligada à recuperação judicial
A reestruturação financeira mencionada pela construtora se refere à homologação do plano de recuperação judicial solicitado em 2024. A Odebrecht conseguiu reduzir sua dívida de US$ 4,6 bilhões (R$ 26 bilhões, na cotação atual) para US$ 150 milhões (R$ 848,4 milhões).
Antes desse movimento, a empresa tentou acordos extrajudiciais, mas sem sucesso.
Fundada em 1944 como Construtora Norberto Odebrecht, a empresa emprega atualmente cerca de 18 mil pessoas em países como Brasil, Peru, Angola e Estados Unidos. Na divulgação da mudança de nome, a companhia destacou que, nos últimos cinco anos, entregou 36 projetos em sete países — Brasil, Estados Unidos, Peru, Panamá, República Dominicana, Angola e Gana — totalizando aproximadamente US$ 16 bilhões (R$ 90,5 bilhões) em investimentos públicos e privados.
Envolvida nas investigações da Lava Jato, a Odebrecht teve executivos que firmaram acordos de delação premiada com a PGR (Procuradoria-Geral da República). Os depoimentos ficaram conhecidos como a “delação do fim do mundo” e resultaram na abertura de 83 inquéritos no STF (Supremo Tribunal Federal).
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