Qual o segredo de empresas como P&G para ser um ‘celeiro de CEOs’?

Trabalhar em multinacional geralmente é um background de peso no currículo de alguns executivos e forma CEOs de renome. Algumas companhias possuem fama pela cultura corporativa forte e, por conta disso, causam impacto em companhias hoje lideradas por ex-funcionários – como é o caso da P&G.

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Daniel Campos, Presidente da AkzoNobel para América Latina e Ásia, contou ao Dinheiro Entrevista que sua passagem pela empresa foi crucial para mudar sua visão sobre gestão empresarial.

“A P&G foi fundamental na minha carreira, eu entrei na empresa como estagiário, enquanto aluno de engenharia aeronáutica do ITA [Instituto Tecnológico de Aeronáutica], sem entender nada de marketing, e foi que me formou para ser marqueteiro, na área comercial e depois até para ser presidente, então estive na P&G por quase 20 anos entre Brasil, Estados Unidos (que é o headquarter da empresa), estive também quatro anos no México e quatro anos como presidente no Peru”, relata.

“Aprendi muitas coisas da P&G, como valorização de marca, mas principalmente a valorização das pessoas. É uma companhia que promove de dentro, então ela busca que 100% dos seus executivos…..que 100% dessas posições sejam preenchidas por executivos que vem de dentro, então um CEO da companhia tem 30, 40 anos de escola, e por isso [a empresa] investe em recrutar bem e formar pessoas”, completa.

Campos comenta que atualmente a AkzoNobel usa isso de referência e tem, internamente, metas que visam aproveitamento de 50% dos estagiários e que 80% dos cargos de liderança fiquem com funcionários que estão há anos na companhia.

“Você tem uma cultura muito forte por causa disso, então o que levei [da P&G] é a valorização das pessoas, a importância de contratar talentos mas também formá-los dentro.”

Desde a fundação da companhia, os CEOs da multinacional americana vieram de dentro da própria empresa, com passagens por diferentes categorias e geografias, para garantir uma visão global e multifuncional. Como exemplo David Taylor, que foi CEO entre 2015 e 2021, entrou na P&G em 1980 como engenheiro de planta.

Jon Moeller, que comanda a empresa desde 2021, também tem mais de três décadas na companhia, com passagens por diferentes áreas e países.

P&G é celeiro de líderes

A empresa tem um pilar que se chama ‘promotion from within’ – uma filosofia de promoção interna que faz com que a companhia, historicamente, evite trazer líderes sêniores de fora. Os executivos começam suas carreiras lá muito cedo — geralmente em posições de trainee ou cargos de entrada — e sobem na hierarquia conforme se desenvolvem.

Nesse contexto, a empresa se considera não apenas uma empresa de bens de consumo, mas uma empresa que forma líderes, já que vários CEOs de multinacionais passaram pela empresa – como Steve Ballmer na Microsoft, Meg Whitman na eBay e HP.

Num geral, a P&G é notória por ser rigorosa em processos e treinar colaboradores com inovação e solução de problemas. As decisões são altamente baseadas em dados e consumer insights e as metodologias de marketing e inovação, como o Connect + Develop (para inovação aberta) e seu sistema de brand management, são referências no mercado.

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