

Diante de um cenário global tão complexo e desafiador, em que conflitos armados, tensões geopolíticas e guerras comerciais afetam cadeias produtivas, dificultam acesso a recursos naturais, prejudicam a estabilidade econômica e as relações internacionais, a sustentabilidade se projeta com urgência e relevância estratégica para a indústria, sendo considerada imprescindível para a resiliência e continuidade dos negócios, para a competitividade em mercados cada vez mais exigentes, para a redução de custos e riscos, para a inovação e diferenciação de mercado, para a legitimidade e confiança social.
Por isso, a Esdeva e a Tribuna de Minas, em parceria com o Sindicato dos Proprietários de Jornais, Revistas e Similares do Estado de Minas Gerais (Sindijori), marcaram presença em um dos maiores encontros do setor produtivo de Minas Gerais, o Imersão Indústria 2025, promovido pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG), em Belo Horizonte, para conversar com executivos de grandes empresas e organizações. As entrevistas deixam claro que a sustentabilidade é a protagonista de uma nova economia mais justa, regenerativa e adaptável ao mundo em constante transformação.
Como agentes que tracionam essa importante agenda, as empresas estão buscando soluções cada vez mais inovadoras e sustentáveis neste momento de intensa demanda social por transparência, diálogo, posicionamentos claros e relações de ganha-ganha em todos os setores, inclusive os que envolvem a Economia Criativa.
A sustentabilidade na produção de aço
Usina de Juiz de Fora é referência para um dos maiores conglomerados siderúrgicos do mundo por usar sucata e carvão vegetal no processo produtivo
A ArcelorMittal é a maior produtora de aço do Brasil. O uso de sucata em aciarias elétricas é um dos exemplos mais significativo da circularidade. “Por ser infinitamente reciclável, o aço é material-chave na transição para uma economia mais sustentável. Por isso, somos também um dos maiores promotores das questões de sustentabilidade na indústria”, afirma Guilherme Abreu, Gerente Geral de Sustentabilidade da ArcelorMittal Brasil.
O executivo afirma que a empresa utiliza os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Organização das Nações Unidas (ONU) como guias, traduzindo-os em 10 diretrizes para integrar o desenvolvimento sustentável em todas as operações. A circularidade é um dos focos principais, buscando reduzir os impactos ambientais de forma gradativa.

No Grupo ArcelorMittal, a usina de Juiz de Fora é considerada como um modelo de sustentabilidade, ao utilizar sucata no processo de produção de aços longos. “Juiz de Fora também tem um outro particular dentro da circularidade que eu gosto de destacar bastante que é a questão do carbono. Na forma tradicional de se fazer aço, nós usamos o carbono de origem fóssil, oriundo do carvão mineral. A maior parte do aço produzido no Brasil e no mundo inteiro é assim. Mas o Brasil tem uma particularidade: usar o carvão vegetal também como um dos insumos”, explica o executivo.
“O carvão vegetal é um agente redutor do minério de ferro. Ele vai roubar o oxigênio do minério de ferro e só vai deixar o ferro para ser produzido aço. Quando o carbono combina com o oxigênio, ele vira CO2 e vai para a atmosfera. As árvores, as florestas de eucaliptos que nós temos plantadas crescem absorvendo o CO2 da atmosfera. E aí o ciclo do carbono se fecha. O carbono fica fixado na madeira usada para produzir o carvão vegetal. O carvão vegetal é usado para produzir o aço, gera o CO2, é absorvido pela madeira, pela floresta, vira madeira, e aí nós temos ciclos fechados”, observa Guilherme Abreu.
Para assegurar que todo o processo produtivo seja feito de maneira sustentável, ética e respeitando as pessoas e o meio ambiente, a ArcelorMittal busca certificações rigorosas de sustentabilidade, indo além das exigências legais. Isso inclui certificações para mineração como a Initiatitive for Responsible Mining Assurance (IRMA), para florestas – Forest Stewardship Council (FSC), e para os processos de produção de aço, a ResponsableSteel. Esta última engloba 13 princípios que abrangem questões ambientais, sociais e de governança como mudanças climáticas, direitos humanos, transparência e integridade, responsabilidade na cadeia de fornecimento de matérias-primas e engajamento com comunidades e partes interessadas. A usina de Juiz de Fora é uma das plantas certificadas na ResponsableSteel.
Descarbonização e o Futuro da Produção de Aço
A meta da empresa é alcançar a neutralidade de carbono até 2050. “Ser carbono neutro num processo de produção de aço não é fácil. Juiz de fora tem um footprint, uma pegada de carbono muito baixa, por questões de uso do carbono vegetal, de sucata e tudo mais. Mas não se resume somente a isso. Os grandes processos de produção de aço são os volumes maiores. Essa descarbonização passa pela mudança na forma de se fazer aço”, afirma Guilherme ao enfatizar que isso envolve transformações significativas na produção de aço, com novas tecnologias substituindo os processos existentes.
O hidrogênio verde surge como uma alternativa promissora para substituir o carbono de origem fóssil, embora ainda existam desafios em termos de custos aceitáveis, volumes e logística de produção e nos novos reatores que substituirão os alto fornos existentes para o uso do hidrogênio. A transição para um futuro mais sustentável na produção de aço envolve um processo de adaptação gradual com novas tecnologias surgindo constantemente.
“Nós já investimos, globalmente, cerca de 300 milhões de euros. Só em pesquisa. Começamos a apresentar alguns resultados em plantas-piloto da Europa”, afirma Guilherme. Segundo ele, toda a tecnologia investida lá pode ser aplicada aqui com algumas adaptações regionais. “No Brasil eu diria que a gente tem algumas vantagens. A matriz energética do país é 91% renovável. É uma matriz elétrica. Somente a Noruega tem uma coisa similar a isso”, diz.
“Outra vantagem que a gente tem no Brasil é a questão do espaço. Somos um país grande, continental. A taxa de insolação é alta. Então, a produção de energia renovável, solar e até eólica que decorre isso também, ela é possível. Nós temos um litoral imenso, que possibilita ter contatos com transporte não só de produtos verdes, mas também de intercâmbio com essas questões tecnológicas dos outros países”, conclui.
Principais pontos
- A produção de aço da ArcelorMittal Brasil tem foco na sustentabilidade, alinhando-se aos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) por meio de 10 diretrizes.
- A circularidade na produção de aço é crucial, com destaque para o uso de sucata e carvão vegetal.
- A usina de Juiz de Fora exemplifica a circularidade, combinando sucata e carvão vegetal, reduzindo a pegada de carbono.
- Certificações de sustentabilidade, como IRMA, FSC e ResponsibleSteel são buscadas para garantir altos padrões.
- A meta é a neutralidade de carbono até 2050, investindo em pesquisas, novas tecnologias e hidrogênio verde.
- O Brasil possui vantagens comparativas o mercado global, como matriz energética renovável e dimensões continentais para energia solar e eólica.
Vale: investir para transformar
Empresa promove amplo diálogo social para dar nova destinação à mina desativada e gerar valor compartilhado para as pessoas e o planeta
Desativada em 2002 e sob a gestão da Vale desde 2006, a Mina Águas Claras, localizada na região da Serra do Curral, em Belo Horizonte, promete ser uma iniciativa inovadora no Brasil ao transformar a área em um espaço multifuncional com o encerramento das operações minerárias. Para isso, a Vale está adotando uma abordagem participativa, ouvindo ativamente as comunidades, para definir os usos futuros, buscando criar valor compartilhado e benefícios ambientais, sociais e econômicos para a sociedade.

A participação da comunidade é ponto central na concepção do projeto e a empresa tem utilizado estratégias distintas para coletar sugestões. “Estamos ouvindo as comunidades, oferecendo visitas guiadas para que as pessoas vejam onde ocorria a mineração, onde hoje a gente tem um lago maravilhoso com água de qualidade classe 1, até para consumo humano. Esta área gigantesca abriga reserva de proteção privada e área de preservação ambiental”, afirma Luiz Henrique Medeiros, Diretor de Territórios e Uso Futuro da Vale.
Segundo ele, uma reunião pública planejada para setembro visa consolidar as contribuições e garantir que o projeto esteja alinhado com os anseios da população. “Vamos fazer uma grande reunião, uma chamada para realmente quem possa participar ir à frente, fazer suas perguntas, dar sua contribuição. Vamos ouvir todo mundo, saber se estamos no caminho certo e se existe algo que a gente tenha que fazer para corrigir a rota”.
O projeto contempla uma ampla gama de possibilidades para o uso da área, incluindo preservação ambiental, agroecologia, centros de ensino e pesquisa, desenvolvimento imobiliário sustentável, negócios sociais, hotelaria, empreendimentos comerciais, áreas de lazer, serviços de saúde e turismo. A Vale quer integrar diferentes usos, criando um espaço diversificado e benéfico para a comunidade. “Aproximadamente 93% desse espaço serão dedicados à preservação ambiental e somente em 7% é que nós vamos fazer o uso baseado nessa escuta ativa da sociedade”, explica o diretor.
Embora existam exemplos internacionais de reutilização de minas, como parques de diversão ou hotéis, o projeto Mina Águas Claras se destaca pela escala e pela abordagem colaborativa, integrando diversas possibilidades em um único lugar. A dimensão do projeto, sua amplitude em termos de possibilidades e a participação efetiva da comunidade o tornam único.
A Mina Águas Claras
Com área total de cerca de 2 mil hectares, a Mina Águas Claras abriga 1.225 hectares de áreas verdes protegidas, como a Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Mata do Jambreiro, além de reservas e áreas de proteção permanentes pertencentes a biomas como cerrado, campos rupestres e florestas estacionais em diversos estágios de recuperação.
Pontos centrais do projeto
- A Vale está desenvolvendo um projeto inovador de reutilização de uma mina de dois mil hectares após o encerramento das operações.
- O projeto, focado na Mina Águas Claras, visa transformar o espaço em um local de preservação ambiental, combinando-o com outros usos.
- 93% da área serão destinados à preservação ambiental, com apenas 7% destinados a outros usos, definidos em conjunto com a comunidade.
- A escuta ativa da comunidade é fundamental para o projeto, com métodos como visitas guiadas para coletar sugestões.
- As potenciais utilizações incluem áreas de preservação, agroecologia, educação, pesquisa, desenvolvimento imobiliário, negócios sociais, hotelaria, comércio, lazer, saúde e turismo.
- O projeto está em fase de escuta, com uma reunião pública planejada para setembro para consolidar as contribuições da sociedade.
Anglogold Ashanti
Empresa mais longeva do Brasil se orgulha de celebrar os 190 anos com visão de futuro que contempla a sustentabilidade em toda a cadeia de valor
Empresa mais longeva do Brasil se orgulha de celebrar os 190 anos com visão de futuro que contempla a sustentabilidade em toda a cadeia de valor
Fundada em Nova Lima, em 1834, a Anglogold Ashanti, com 190 anos de operação, se destaca por sua trajetória de crescimento, adaptação e resiliência à evolução constante do setor de mineração, do ambiente de negócios e da sociedade. Durante todos esses anos, a empresa diversificou suas operações para outras cidades, mantendo sua conexão com as comunidades e integrando a sustentabilidade na estratégia.

“Não se chega a 190 anos sem ter uma conexão com a sociedade e as aspirações ligadas às áreas sociais, ambientais, obviamente econômicas também, são fundamentais para o desenho futuro de qualquer organização. Temos os olhos voltados para o futuro, na proteção ambiental, no desenvolvimento das pessoas, em todas as instâncias e instituições ligadas à sustentabilidade”, destaca Othon Maia, Vice-Presidente de Sustentabilidade e Assuntos Corporativos.
Com operações em dez países, a AngloGold Ashanti está entre as cinco maiores produtoras de ouro do mundo, sendo a única empresa brasileira com a certificação London Bullion Market Association (LBMA), que atesta a origem responsável do ouro em todas as etapas, desde a extração, do beneficiamento, do processamento até a produção das barras. De acordo com o executivo, essa certificação abrange aspectos sociais, trabalhistas, ambientais, éticos e de governança.
“No Brasil, temos operações em Minas Gerais, na região do quadrilátero ferrífero, e em Goiás. Também operamos no sul da Argentina, na região da Patagônia. Somos a única grande empresa mineradora de ouro no Brasil a ter um cliente que é uma joalheria: 100% do ouro usado na produção de joias da Vivara é da AngloGold Ashanti. Motivo de grande orgulho para a gente”, afirma.
Como marcos recentes da empresa, na dimensão ambiental, a AngloGold Ashanti conseguiu reduzir, no ano passado, 52% (no comparativo com 2021) de suas emissões de carbono (CO2), escopos 1 e 2 (emissões diretas), superando a meta inicial que era de 30% até 2030. O executivo explica que o sucesso é resultado de várias iniciativas, incluindo a introdução da primeira carregadeira elétrica do Brasil, um equipamento pesado de operação subterrânea.
Na dimensão social, o destaque é a implementação de uma jornada de trabalho de quatro dias na produção (4×4) e uma jornada piloto de quatro dias trabalhados e três de descanso no administrativo (4×3). A iniciativa de quatro dias teve mais de 90% de aprovação entre os colaboradores e resultou em melhorias na segurança, saúde e qualidade de vida no trabalho.
Recentemente, a empresa lançou o Instituto AngloGold Ashanti, que coordena ações socioculturais e ambientais. Uma das iniciativas é o programa “Parcerias Sustentáveis”, um edital anual que visa apoiar com recursos próprios projetos de impacto social nas comunidades onde a empresa opera. O programa que já está em seu 15º ano proporciona não apenas financiamento, mas também capacitação em gestão de negócios sociais, aumentando a taxa de sucesso e perpetuando os ganhos sociais e ambientais para as pessoas e comunidades e no qual a empresa compartilha sua experiência de sucesso.
“Se tem uma coisa que a gente sabe é como se adaptar aos tempos. Porque a cada ano, a cada nova barreira, nova tecnologia, requer uma reinvenção da nossa companhia. E esse tem sido sempre o nosso espírito ao longo dos anos. Este programa demonstra a estratégia de longo prazo da empresa e seu compromisso com as comunidades”, afirma Othon Maia. O Instituto também opera com recursos incentivados que são considerados fundamentais como outra forma de promover desenvolvimento através da cultura e das ações sociais nas comunidades.
Pontos principais
- A AngloGold Ashanti, com 190 anos de história, integra a sustentabilidade em sua estratégia central.
- A empresa alcançou uma redução de 52% nas emissões de carbono, antecipando sua meta de 30% até 2030.
- A AngloGold Ashanti implementou uma jornada de trabalho de quatro dias na produção (4×4) e uma jornada piloto de quatro dias trabalhados e três de descanso no administrativo (4×3), com alta aprovação dos colaboradores e benefícios em segurança e saúde.
- A empresa possui a certificação LBMA, garantindo a origem responsável do ouro, desde a extração até a produção das barras.
- Operando em dez países, a AngloGold Ashanti está entre as cinco maiores produtoras de ouro do mundo.
- O recém-criado Instituto AngloGold Ashanti coordena projetos sociais e culturais, incluindo o edital anual “Parcerias Sustentáveis”, para promover o desenvolvimento das comunidades de sua área de abrangência.
Indústria do audiovisual em Minas está focada na internacionalização
O setor audiovisual mineiro demonstra um grande potencial para crescimento, impulsionado por uma combinação de talento local, incentivos governamentais e um mercado cada vez mais receptivo
Minas Gerais se consolida como um importante polo audiovisual no Brasil, ocupando a terceira posição em número de empresas e projetos, atrás apenas do Rio de Janeiro e São Paulo. Para Daniela Fernandes, presidente do Sindicato da Indústria do Audiovisual de Minas Gerais, esse crescimento é impulsionado por políticas públicas e leis de incentivo, como o edital da Lei Paulo Gustavo (LPG) que injetou quase R$ 80 milhões no setor, abrangendo desde o desenvolvimento de roteiros até a distribuição.

A retomada pós-pandemia tem sido expressiva, com diversas produções ativas ocorrendo em várias regiões do estado. “Conseguimos abarcar no edital da LPG um ecossistema completo do audiovisual, extremamente necessário para dar impulso à economia criativa no estado. Há tempos não víamos tantas produções acontecendo simultaneamente, em todas as regiões de Minas Gerais, não apenas na capital”. Neste contexto, o Polo Audiovisual da Zona da Mata, em Cataguases, tem se destacado pela produção e pela formação de mão de obra especializada.
Um foco estratégico é a internacionalização das produções mineiras. O sindicato está implementando um calendário de ações internacionais para promover e vender os produtos audiovisuais mineiros em festivais e eventos estratégicos, buscando levar Minas Gerais para o cenário mundial. Essa estratégia visa não apenas o retorno financeiro, mas também o reconhecimento internacional do talento mineiro e a consolidação do estado como player global na indústria audiovisual.
O sucesso recente do cinema brasileiro em festivais internacionais, como Cannes e Berlim, e o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro para “Ainda Estou Aqui” contribuem significativamente para esse objetivo, projetando o país como um polo criativo. “A gente fala que a indústria do audiovisual só tem a crescer, sendo estratégica para outras indústrias. Por isso estamos neste evento para mostrar o potencial agregador que temos”. A visibilidade internacional também contribui para o desenvolvimento de uma nova geração de profissionais, estimulando o interesse e o ingresso de jovens talentos no setor. A indústria audiovisual mineira busca transcender seu impacto econômico direto, contribuindo para o desenvolvimento cultural e social de todo o estado.
Apesar do crescimento, desafios permanecem. A formação e a qualificação de mão de obra são elementos fundamentais para a sustentabilidade da indústria. A necessidade de qualificar e requalificar profissionais para acompanhar as novas tecnologias, como a inteligência artificial, e os mercados internacionais, é crucial para garantir a qualidade da produção e a competitividade do setor. “Precisamos diagnosticar a indústria do audiovisual e a partir daí fomentar e qualificar nossos profissionais para que essa indústria tenha uma atuação forte e reconhecida”, destaca Daniela Fernandes.
A regulamentação do código e a questão dos streamings são pontos importantes a serem considerados. A presidente do sindicato enfatiza a importância do reconhecimento governamental da potência da indústria audiovisual e da necessidade de políticas que garantam a sustentabilidade do setor. A analogia, por exemplo, com a Coreia do Sul, que priorizou a economia criativa, é uma referência para ilustrar o potencial impacto positivo dessas políticas. Para a presidente do sindicato, reconhecer a importância estratégica do audiovisual, tanto em termos econômicos quanto culturais, é fundamental para garantir seu futuro promissor.
Pontos Principais
- Minas Gerais possui o terceiro maior polo de cinema do Brasil, atrás apenas do Rio de Janeiro e São Paulo.
- O setor audiovisual mineiro está em expansão, impulsionado por leis de incentivo e editais como o da LPG (R$ 80 milhões).
- A presidente do sindicato destaca a importância da formação e requalificação profissional, incluindo novas tecnologias como inteligência artificial.
- Há um esforço para internacionalizar as produções mineiras, participando de festivais e eventos no Brasil e no exterior.
- O reconhecimento internacional do cinema brasileiro, incluindo prêmios nos festivais de Cannes e Berlim, e o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro impulsionam o setor.
- Regulamentação do código e a questão dos streamings são pontos importantes a serem considerados para a sustentabilidade do setor.
FIEMG
A presidente recém-empossada discute os desafios e os projetos para sua gestão na Fiemg Regional na Zona da Mata que incluem coworking da indústria e APL da moda

Com longa trajetória de protagonismo no setor industrial, Mariângela Miranda Marcon é a primeira mulher a presidir a Regional Zona da Mata da Federação das Indústrias de Minas Gerais. Ela assume o cargo com o desafio de criar um posicionamento mais estratégico, estreitando as relações com o poder público e outras entidades para impulsionar políticas industriais e promover ações que gerem desenvolvimento econômico e social para a região, buscando retomar o protagonismo da indústria mineira, na Zona da Mata. “Meu principal objetivo é criar uma regional mais sustentável e atualizada, buscando novas fontes de receita, além de recursos governamentais”, diz.
A mudança de sede para o prédio do Colégio SESI/Granbery, em área mais centralizada da cidade, de fácil acesso, com espaço apropriado para reuniões e encontros, segundo ela, facilitará a comunicação e a interação com outras entidades, poder público e empresários. Mariângela acredita que compartilhar inovação e conhecimento, através de parcerias, formando redes de colaboração é essencial para o desenvolvimento sustentável, para o crescimento duradouro e o fortalecimento do ecossistema gerando mais valor compartilhado.
Outro foco importante da nova gestão é a revitalização do Distrito Industrial de Juiz de Fora, atualmente com deficiências em infraestrutura urbana básica como asfaltamento e mobilidade. A meta é torná-lo mais atraente para empresas, com apoio da prefeitura e investimentos em serviços. “A grande novidade é que o presidente da Fiemg, Flávio Roscoe, se comprometeu em me ajudar a revitalizar o distrito industrial de Juiz de Fora”.
Em boa parte, falta asfaltamento, canalização de águas pluviais e linha de ônibus. “Preciso que a equipe de engenheiros da Fiemg faça um estudo das condições atuais e vamos trabalhar de mãos dadas com a prefeitura nesta revitalização”. A expansão para outras cidades da região, como Cataguases e Muriaé, também está nos planos.
A presidente reforça a importância de parcerias estratégicas, incluindo a Investe Minas, para atrair investimentos e promover o desenvolvimento econômico local. A Invest Minas é a agência do governo do estado que trabalha para posicionar Minas Gerais como destino atrativo para investimentos nacionais e estrangeiros, aproximando e fortalecendo as relações comerciais entre as empresas mineiras e os investidores.
Vários projetos estão no planejamento da nova gestão, incluindo a criação de um condomínio empresarial colaborativo que oferecerá recursos compartilhados para pequenas empresas. Outro projeto importante é a retomada e reestruturação do Arranjo Produtivo Local (APL) da moda, com foco na internacionalização e na criação de uma central de compras.
Em outra frente, a presidente enfatiza a necessidade de uma visão estratégica para utilizar o espaço do Expominas para eventos, imersões e para sediar o Minas Trend itinerante. O Minas Trend é o principal salão de negócios da moda da América Latina. A aproximação com a imprensa também, segundo Mariângela é fundamental para a divulgação das iniciativas e aproximação com os públicos qualificados.
A presidente acredita que a combinação da experiência com a visão dos jovens é fundamental para o sucesso de qualquer gestão. Sua visão de futuro inclui não apenas o desenvolvimento econômico, mas também a melhoria da qualidade de vida das pessoas, a inclusão de diferentes grupos para ampliar a atuação das empresas, gerar mais riqueza e melhorar os níveis de empregabilidade e renda.
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