
O FMI (Fundo Monetário Internacional) está pessimista com a situação fiscal do Brasil. Segundo o órgão internacional, o peso da dívida pública no PIB (Produto Interno Bruto) deve aumentar de 87,3% em 2024 para 92% em 2025. Os dados são do relatório Monitor Fiscal publicado nesta quarta-feira (23).
Quando avaliado a totalidade dos 4 anos de mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o fundo enxerga piora em mais de 12 p.p (pontos percentuais). A estimativa cresceu desde a última avaliação do órgão em outubro de 2024.
O atual ritmo destaca um salto no fim da presidência do ex-presidente Jair Bolsonaro em 2022, quando a dívida acusava 83,9% para 96% no encerramento de 2026, último ano do terceiro mandato de Lula. Trata-se do mais elevado nível de endividamento do país desde 2020.
O FMI não vê reversão nessa trajetória e se nada for feito para o controle, as contas públicas brasileiras devem pesar ainda mais na produção, chegando a 99,4% em 2029. O ano seguinte, 2030, provisiona estabilização do índice, levando a uma nova rodada de análises.
Equipe fiscal descarta diminuir dívida
Após estabelecer um novo arcabouço fiscal com novos cortes de até R$70 bilhões em dois anos, a equipe do Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, descarta ações adicionais para o arrocho das contas públicas.
Haddd afirma que a dívida cresce não pelo resultado primário, um descompasso entre gastos do governo e arrecadação, mas pela alta dos juros. Economistas discordam e culpam o governo pelo tamanho do débito.
O Brasil se afasta de seus pares Latino Americanos com o aumento da dívida. A estimativa média para a região é de 73,8% em 2025 contra 69,5% no ano passado.
“Grandes economias, como Brasil, China, França, África do Sul, Reino Unido e Estados Unidos, são os principais contribuintes para o aumento da dívida pública global”, diz o FMI, no relatório.
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