
O cineasta Walter Salles, responsável pelo aclamado longa nacional ‘Ainda Estou Aqui’, vencedor do Oscar, refletiu recentemente sobre o profundo impacto do filme na juventude brasileira, enfatizando a importância do cinema como “uma ferramenta extraordinária de resistência”.
Segundo a Variety, Salles também ressaltou que o filme foi “abraçado pelas novas gerações de brasileiros”, proporcionando-lhes “acesso a uma parte de sua história que de alguma forma havia sido escondida”.
“O filme se tornou o filme deles”, acrescentou Salles, observando que os jovens brasileiros “se apropriaram” de ‘Ainda Estou Aqui’ e, subsequentemente, “foram para as redes sociais narrar suas próprias histórias e as histórias de suas famílias durante a ditadura no Brasil”.
Em relação a seus próximos trabalhos, Salles revelou em entrevista a jornalistas que está editando uma série documental de cinco partes sobre o jogador de futebol brasileiro e ativista político Sócrates Brasileiro, com previsão de conclusão até o final do ano.
“Ele nasceu na Amazônia, no Pará, então, no começo, é realmente sobre a migração interna no Brasil”, explicou Salles. “Depois, o projeto se torna sobre futebol e como ele logo percebeu que o futebol era um veículo extraordinário para a transformação política e ele mesclou tudo isso em uma só jornada”.
‘Ainda Estou Aqui’ está disponível no Globoplay.
O longa-metragem é inspirado no livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva sobre a história de sua família. O relato começa no início dos anos 70, quando um ato de violência muda a história da família Paiva para sempre. O livro e o filme abraçam o ponto de vista daqueles que sofrem uma perda em um regime de exceção, mas não se dobram.
No elenco principal, também estão nomes como Valentina Herszage, Luiza Kosovski, Bárbara Luz, Guilherme Silveira e Cora Ramalho, que interpretam os filhos na primeira fase do filme, e Olivia Torres, Antonio Saboia, Marjorie Estiano, Maria Manoella e Gabriela Carneiro da Cunha, integrando a família no segundo momento.