Internações por acidentes de moto custaram R$ 233 milhões em 2024

Motociclista morre após colidir com carro em Piau

Em 2024, até o mês de novembro, 148.797 motociclistas foram internados no Sistema Único de Saúde (SUS) devido a acidentes de transporte em todo o País. O custo com as internações desse público foi de R$ 233,3 milhões.

Os dados são do Ministério da Saúde e foram compilados em um estudo feito pela Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet). O levantamento revelou ainda que o custo total das despesas diretas do SUS com internações de motociclistas em acidentes de transporte entre janeiro de 2014 e novembro de 2024 foi de R$ 2,4 bilhões, em valores corrigidos pelo IPCA.

“Nos países com menor renda, como o Brasil, a OMS diz que sinistros de trânsito em geral geram um custo entre 3% a 5% do PIB”, explica José Montal, diretor da Abramet. “Como acidentes com motociclistas representam quase 60% do nosso total, o gasto para a sociedade é gigantesco”, diz. As principais vítimas desses sinistros são homens na faixa dos 20 aos 29 anos, perfil que concentra 50.204 do total de acidentados em 2024. “Como nessa faixa etária a expectativa de vida saudável e produtiva é imensa, o acidente é um desastre pessoal e familiar”, diz.

  • LEIA MAIS notícias sobre Brasil aqui

De acordo com Montal, é essencial observar os números também pelo aspecto social. A entidade avalia que, para cada paciente hospitalizado, no mínimo outras quatro pessoas próximas são impactadas, já que um acidente desmonta a estrutura familiar. A começar pela presença de acompanhante na internação hospitalar. Após a alta, é necessário suporte familiar, auxílio financeiro para compra de medicamentos e posterior reabilitação. Depois, é preciso reorganizar hábitos cotidianos para lidar com as sequelas do acidentado, às vezes permanentes.

Impactos sociais

Para o especialista, é urgente um movimento de conscientização sobre o que ele chama de ‘tragédia social’, além de responsabilizar as empresas de entregas, para quem esses motociclistas prestam serviço. “Participamos da Câmara Temática da Motocicleta, na Prefeitura de São Paulo, e a postura dessas empresas é passiva”, diz Montal. “A transgressão às regras de trânsito e os comportamentos inseguros são premiados, pois só o que parece importar é fazer as entregas o mais rápido possível.”

Uma maior qualificação no processo de formação desses condutores é apontada como o primeiro passo para reverter esse quadro. Para Montal, a formação de condutores de moto precisa ser multifacetada e envolver não apenas a habilitação técnica, mas também a educação comportamental, o que exige a colaboração de órgãos públicos, empresas, entidades da sociedade civil e os próprios condutores. “Assim será possível reduzir de forma significativa os sinistros e seus impactos sociais e econômicos”, explica o diretor da Abramet.

Outra sugestão é que o tema seja inserido na grade curricular de ensino de jovens. Segundo ele, essa e outras medidas trouxeram bons resultados na Espanha. “Lá a mortalidade foi reduzida em 60% após a implementação no currículo escolar de aspectos que enfatizam valores como ética, moral, responsabilidade e respeito ao próximo”, afirma.

  • LEIA MAIS notícias sobre Meu Carro & Cia aqui

 

O post Internações por acidentes de moto custaram R$ 233 milhões em 2024 apareceu primeiro em Tribuna de Minas.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.