No Brasil, poços artesianos são uma solução segura para ter acesso à água potável?

A segurança e a disponibilidade de água potável são temas de grande relevância para muitas comunidades. Nesse contexto, os poços artesianos surgem como uma solução prática e cada vez mais adotada. No entanto, a falta de informações precisas pode levar a equívocos sobre sua eficácia e segurança.

No Brasil, a situação é crítica em várias regiões, especialmente na Região Norte, onde 47% dos municípios não possuem sistemas de tratamento de água. A Pesquisa Nacional de Saneamento Básico (PNSB) revelou que 30% das cidades não realizam controle bacteriológico adequado.

Esses dados reforçam a necessidade de alternativas confiáveis, como os poços artesianos. No entanto, céticos questionam a qualidade da água que oferecem, levantando dúvidas e mitos sobre o assunto. Neste artigo, analisamos informações cruciais sobre esses sistemas.

Os poços artesianos são bastante disseminados no Nordeste do Brasil – Imagem: Freepik/reprodução

A contribuição dos poços artesianos

Os poços artesianos desempenham um papel vital em diversas comunidades brasileiras, fornecendo água potável de alta qualidade.

Afonso Smiderle, diretor da AVS Poços Artesianos, destaca, em matéria do DOL, que a pressão natural dos aquíferos confinados facilita o acesso a essa água sem necessidade de bombeamento.

Investimentos em poços artesianos

Cidades como Lajeado (RS), Rondonópolis (MT) e Rio Branco (AC) estão investindo na perfuração de poços, pois garantem uma fonte confiável em locais com acesso hídrico limitado.

Isso reduz a dependência de sistemas externos, como caminhões-pipa, que podem ser insuficientes.

Desmistificando os poços artesianos

Afonso Smiderle esclarece mitos comuns sobre esses sistemas. Um deles é a crença de que nunca secam. Embora sejam geralmente mais estáveis, eles não são invulneráveis a secas severas ou à diminuição do lençol freático.

  • Poços podem secar em casos de longas secas;
  • Não são imunes à contaminação por pesticidas ou esgoto;
  • É essencial manter proteção e monitoramento contínuos.

A água dos poços artesianos passa por uma filtragem natural, o que tende a remover muitas impurezas. Contudo, a proteção contínua é necessária para assegurar sua qualidade ao longo do tempo.

O livro ‘Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano’, lançado pela ENSP, aborda a desigualdade na distribuição de serviços de saneamento e a necessidade de um controle rigoroso da qualidade da água. Apenas 59% dos municípios contam com laboratórios de análise, evidenciando desafios significativos.

Quando geridos com responsabilidade, os poços artesianos são fontes valiosas e sustentáveis de água potável. Conhecer seus limites e implementar medidas de proteção adequadas são passos essenciais para assegurar sua eficácia a longo prazo.

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