SP volta a ter patinetes elétricos de aluguel; veja regras

Os patinetes elétricos já têm data para voltar a circular por São Paulo. A alternativa de mobilidade estará disponível na capital paulista a partir desta sexta-feira,13, após a Prefeitura estabelecer novas regras de segurança.

+Falta de licença e consulta pública adiam planos de patinetes elétricos da Whoosh em SP

O retorno será primeiro na região da Subprefeitura de Pinheiros – que contempla Itaim Bibi, Pinheiros e Jardim Paulista.

A primeira empresa a começar a operar nesta fase é a Whoosh, com um total de 1.000 patinetes e 88 estações de compartilhamento aprovadas pela Prefeitura de São Paulo.

A EasyJet também deve iniciar a operação em breve, sendo que a companhia já se credenciou no Comitê Municipal de Uso do Viário (CMUV). Atualmente a companhia está aprovando os projetos e entregando documentos.

A Whoosh já soma mais de 500 mil usuários em capitais, operando em cidades como Rio de Janeiro, Porto Alegre e Florianópolis, somando R$ 70 milhões em investimentos na operação nacional.

Para SP, o aporte será de R$ 50 milhões – o maior até então.

A expectativa da companhia é de aumentar o número de patinetes em até 3,5 mil nos próximos meses, além de ampliar a área de atuação para mais bairros, nas Zonas Sul, Oeste, Norte e Centro.

“Após um rigoroso processo de credenciamento junto à prefeitura e aos órgãos reguladores, a Whoosh conquistou o título de primeira empresa de patinetes elétricas autorizada a operar em São Paulo. Cada ponto de estacionamento e área de operação foi cuidadosamente planejado em parceria com as autoridades locais para atender às necessidades da cidade e de seus moradores”, declara Francisco Forbes, CEO da Whoosh no Brasil.

Entenda as regras dos patinetes elétricos

Em evento de apresentação das empresas na manhã desta sexta, no Largo da Batata, em Pinheiros, o prefeito Ricardo Nunes citou que a principal diferença dessa operação de retomada em relação à operação anterior – que teve problemas com prefeituras – é justamente o estabelecimento de regras.

A prefeitura definiu que os equipamentos só podem transitar por ciclofaixas, ciclovias e em vias com velocidade máxima de 40 km/h.

Não será permitida, assim, a circulação de patinetes elétricos nas calçadas.

Também ficará vedado o uso de patinetes por menores de 18 anos e para transporte de passageiros.

Sobre a velocidade, a prefeitura estabeleceu que os equipamentos não podem operar com velocidade acima de 20 km/h – ou seja, os patinetes terão uma restrição interna.

Além disso, as empresas devem também promover campanhas educativas visando conscientizar os usuários sobre o uso seguro dos equipamentos.

Forbes, CEO da Whoosh, comenta que a empresa também fará manutenção preventiva obrigatória a cada 12 dias para limpeza e ajuste de todos os equipamentos.

“Todos contam com chip, GPS e são monitorados por 24 horas, não só por sistema, mas, também, por equipe. A gente tem uma equipe de campo fiscalizando regras, fiscalizando má utilização e a gente prevê, inclusive, algumas sanções para os usuários que não respeitarem as regras”, aponta.

Quanto custa

A Whoosh, que já está operando em São Paulo, está com aplicativo já disponível para download.

A empresa cobrará um valor de R$ 2 para o desbloqueio das patinetes e, após isso, será cobrado R$ 0,67 por minuto.

Todavia, usuários podem contar com planos e assinaturas disponíveis com valores menores.

Usuários podem localizar os veículos disponíveis, reservar o equipamento, verificar o nível de carga da bateria e consultar os preços das viagens. O processo de locação é iniciado pela leitura do QR Code no guidão do veículo e finalizado com a devolução em um dos pontos designados, identificados com um ‘P’ no mapa e adesivos no piso.

O serviço estará disponível 24 horas por dia.

Problemas no passado

A operação, que começa em dezembro, estava prevista inicialmente pra o mês anterior, contudo a Whoosh havia tido problema com as licenças da Prefeitura, e teve de aguardar a validação junto à Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) e Secretaria Municipal das Subprefeituras (SMSUB).

Além disso, em meio ao atraso no cronograma previsto pela empresa, surgiu outro desafio para a operação: em 4 de dezembro, a Prefeitura iniciou uma consulta pública sobre uma possível mudança na regulamentação municipal que trata sobre estações de compartilhamento de bicicletas e patinetes.

A proposta prevê criar novas regras sobre onde poderiam ser instaladas estas estações. Bicicletas e patinetes ficariam proibidos nas calçadas de vias públicas em que carros e ônibus possam circular com velocidade superior a 40 km/h.

Tampouco poderiam ser instalados próximos a faixas exclusivas ou a ruas em que seja proibido estacionar.

A Whoosh não é a primeira companhia a instalar patinetes na paisagem urbana de São Paulo. Entre as empresas que tentaram e falharam estão:

  • A estadunidense Lime, que desembarcou do país em 2020 e, seis meses após chegar, suspendeu as operações no contexto da pandemia;
  • A Grow, surgida da fusão da Yellow e da Grin em 2019, que teve falência decretada em 2023, após três anos de um processo de recuperação judicial.

As dificuldades em geral passam pelos custos com manutenção dos patinetes elétricos, constantes de furtos e vandalismo. Além disso, há as complicações devido a acidentes de trânsito, que incluem até mortes.

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