A Sanrio, empresa dona da Hello Kitty, superou a Toyota, a maior empresa do Japão, em volume de negociações de ações no mês passado, disse a Bloomberg Tóquio. O impulsionamento está atrelado à sua inclusão no índice Morgan Stanley Capital International (MSCI) e pela percepção de resiliência e riscos tarifários.
Foram negociados um total de ¥ 2,1 trilhões, valor correspondente a US$ 14,6 bilhões, em ações da Sanrio no mês de Maio, na bolsa de Tóquio. O valor é mais que o dobro de Abril e superou a Toyota, que movimentou ¥ 1,7 trilhão (US$ 11,7 bilhões). O volume de negociações da maior empresa do Japão caiu ¥ 2,2 trilhões (US$ 15 bilhões) em relação ao registrado no mês anterior.
De acordo com Fumio Matsumoto, estrategista-chefe da Okasan Securities, “empresas ligadas a conteúdo são mais resistentes a ciclos econômicos, oferecem uma sensação de segurança.” Além disso, “a inclusão da Sanrio no índice MSCI facilitou a compra de ações da empresa por investidores globais”, disse Matsumoto.
Desde que a Sanrio foram incluídas no MSCI, em Maio, as ações da empresa subiram 12%. Nesta semana a Jefferies Japan elevou a projeção de preço-alvo, com expectativa de que a empresa terá um crescimento no valor da marca e nas receitas de licenciamento.
Do outro lado, a Toyota (fabricante automotiva) está sujeita a sofrer com as inconsistências relacionadas ao tarifaço de Donald Trump e o aumento da concorrência.
Toyota projeta queda de 20% no lucro com tarifas dos EUA
A Toyota, maior montadora do mundo, anunciou nesta quinta-feira (8), que projeta uma queda de 20% em seu lucro operacional para o ano fiscal encerrado em março de 2026, impactado por tarifas impostas pelos EUA e pela valorização do iene. A empresa estima que as tarifas aplicadas entre abril e maio de 2025, determinadas pelo presidente Donald Trump, resultem em um prejuízo imediato de US$ 1,3 bilhão.
O presidente da Toyota, Koji Sato, destacou a constante transformação do ambiente regulatório global no setor automotivo, dificultando previsões de médio prazo. Em abril, os EUA impuseram tarifas de 25% sobre veículos importados, estendendo-as posteriormente a componentes automotivos.
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