
Se todo mundo gosta de você o tempo todo, talvez você não esteja liderando — só tentando agradar. E eu entendo.
Especialmente para quem tem um perfil conciliador, dizer “não” pode parecer agressivo. Mas a liderança exige um tipo de coragem que pouca gente fala sobre: a de sustentar escolhas que não vão agradar a todos, mas que são necessárias.
Liderar não é sobre ser popular. É sobre ser coerente.
Quem ocupa um cargo de liderança precisa entender que desconforto faz parte do jogo. Isso inclui conversas difíceis, realinhamentos duros, decisões impopulares.
E tudo isso exige inteligência emocional em alto grau. Não basta saber o que fazer. É preciso ter presença para bancar a escolha — e clareza para explicar o porquê dela existir.
Existe uma armadilha perigosa na liderança: a armadilha da aprovação. E sim, um ambiente de trabalho fluido, colaborativo e positivo é desejável e muito mais fácil de navegar. Mas não é possível liderar com consistência se sua bússola for o aplauso do time a cada decisão tomada.
Eu costumo dizer que existe uma distância entre o que as pessoas querem que você faça, o que você gostaria de fazer, e o que de fato precisa ser feito.
Liderança é sobre administrar esse espaço
É entender que respeito não se constrói só com empatia, mas com firmeza. Não com autoritarismo, mas com clareza. E, principalmente, com coerência entre discurso e prática.
Um líder inspirador é aquele que sabe guiar, desafiar e proteger a cultura da empresa. Que sabe quando dizer “sim”, mas que também sabe — e aceita — quando é preciso dizer “não”. E dizer “não” com respeito, com intenção, com verdade. Com lógica, pragmatismo e transparência.
Porque a liderança que inspira de verdade não é a que busca plateia. É a que sustenta princípios — mesmo quando isso significa caminhar por um tempo em silêncio, bancando uma decisão impopular.
Coragem e coerência não brilham tanto no curto prazo. Mas, no longo, constroem legado.
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