Na China, criminosos comercializam até o plástico de iPhones roubados no Ocidente

Feiyang Times

Uma grande reportagem do Financial Times detalhou como iPhones roubados no Ocidente podem ser transportados e comercializados na China — mesmo nos casos em que as vítimas marcam o aparelho como perdido no aplicativo Buscar (Find My) — o que em teoria os torna inutilizáveis por terceiros.

A matéria tem como foco o Feiyang Times, um prédio aparentemente normal localizado na cidade chinesa de Shenzhen que, especificamente em seu quarto andar, abriga um conhecido comércio de iPhones de segunda mão provenientes de países da Europa ou dos Estados Unidos.

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Hong Kong, com suas barreiras de importação quase inexistentes, é a porta de entrada para a maioria desses dispositivos — que podem ser legítimos, obtidos de operadoras após processos de compra e troca ou iPhones com bloqueio de operadora que ainda podem ser úteis para o comércio em alguns países.

Mas o que torna o Feyang Times famoso é justamente a venda de aparelhos obtidos ilegalmente — o que faz o local ser conhecido informalmente como o “prédio do iPhone roubado”. Ele não é o único na região, mas o mais proeminente, por ser focado na venda de produtos obtidos no exterior.

De tudo um pouco

A vantagem do local é que ele abriga todo um ecossistema necessário para desmontar, reciclar, revender ou até tentar desbloquear os aparelhos. No caso de aparelhos bloqueados, por exemplo, há lojas em um mesmo andar específicas para a venda de diferentes tipos de peças únicas.

Como esses aparelhos não podem mais ser usados de forma convencional, a venda de peças individuais (como displays, chips e conectores) é uma forma útil para os criminosos aproveitá-los. Segundo o FT, até mesmo o plástico pode acabar sendo vendido para a fabricação de garrafas.

Esse, no entanto, acaba sendo um último recurso. Antes de desmontar os iPhones, os integrantes desses esquemas podem enviar mensagens ameaçadoras para as vítimas as coagindo a liberar o acesso aos aparelhos — o que efetivamente tornaria seu preço de revenda bem mais atrativo.

Parece que as autoridades locais pouco fazem para mudar esse cenário. Apenas a polícia de Hong Kong aceitou comentar o conteúdo da reportagem, afirmando que “tomará as medidas apropriadas quando necessário, de acordo com as circunstâncias reais e de acordo com a lei”.

via MacRumors

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