
Em meio aos temores sobre a possibilidade de novas tarifas comerciais por parte dos EUA, o ex-diretor do FMI (Fundo Monetário Internacional) e atual professor em Washington, Alejandro Werner, ofereceu uma visão mais otimista sobre a posição do Brasil nesse cenário.
Werner afirmou que o país não é tão vulnerável às pressões norte-americanas quanto alguns analistas sugerem, segundo entrevista repercutida pelo Valor Econômico.
A declaração vai na contramão de interpretações mais alarmistas, que veem o Brasil como um possível alvo fácil para medidas protecionistas dos EUA, devido à sua relevância como exportador.
Essa preocupação ganhou força com os recentes movimentos de Washington em relação a outros países, reacendendo o debate sobre os riscos para a economia brasileira.
Para Werner, no entanto, o Brasil dispõe de instrumentos e estratégias que o tornam mais resiliente do que se costuma supor.
O especialista aponta que, mesmo diante de possíveis tarifas, os efeitos sobre a economia nacional podem ser mais limitados, graças à capacidade de adaptação do país e à possibilidade de diversificação de mercados.
Outros especialistas compartilham dessa visão, ressaltando que o Brasil tem demonstrado flexibilidade comercial e condições de mitigar impactos externos.
Assim, a leitura que Werner propõe é a de que, embora não imune, o Brasil está longe de ser indefeso diante de eventuais pressões tarifárias dos Estados Unidos.
FMI cobra EUA por ajuste fiscal
A vice-diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Gita Gopinath, fez um alerta nesta quarta-feira sobre a situação fiscal dos EUA.
Em entrevista ao Financial Times, ela afirmou que os déficits fiscais do país estão em níveis muito altos e precisam ser contidos.
Segundo Gopinath, a dívida norte-americana está “em constante crescimento”, e reforçou que “deveríamos ter uma política fiscal nos EUA que seja compatível com a redução da dívida em relação ao PIB ao longo do tempo”.
A declaração ocorre em um momento delicado para as finanças públicas dos EUA, poucos dias após a agência Moody’s rebaixar a nota de crédito americana, retirando o selo de qualidade máxima (triplo A).
O cenário fiscal do país também volta ao centro do debate político com as recentes promessas do presidente Donald Trump de manter e expandir os cortes de impostos implementados em 2017.
O post Brasil resiste à pressão dos EUA, avalia ex-diretor do FMI apareceu primeiro em BPMoney.