Fair play financeiro: clubes fazem “lobby” por punições

Foto: Divulgação

O fair play financeiro ganhou protagonismo no II Simpósio de Direito Esportivo, realizado nas Laranjeiras. 

Presidentes de Flamengo, Fluminense, Internacional e Fortaleza defenderam sanções esportivas contra clubes inadimplentes. 

A proposta visa impedir que equipes com dívidas entrem em campo, promovendo responsabilidade financeira e competitividade no futebol brasileiro.

Fair play financeiro impõe disciplina aos clubes

O conceito de fair play financeiro surgiu na Europa, liderado pela UEFA. 

O sistema limita os gastos dos clubes à sua capacidade real de receita. 

Com isso, busca impedir que contratem além do que podem pagar. 

Na prática, evita a formação de dívidas impagáveis, reduz distorções no mercado e protege o equilíbrio esportivo.

No Brasil, o modelo ainda não se consolidou. Entretanto, dirigentes pressionam por mudanças. 

Mário Bittencourt, presidente do Fluminense, propôs uma medida direta: se o clube não pagar, não joga. 

Ele sugeriu que uma simples notificação por e-mail possa suspender o clube da rodada, forçando o cumprimento das obrigações.

Clubes defendem ações rápidas e efetivas

Luiz Eduardo Baptista, presidente do Flamengo, apoiou a proposta. 

Ele destacou que, sem punições esportivas, os maus pagadores continuarão agindo livremente. 

Além disso, criticou o comportamento de algumas SAFs, que mantêm dívidas mesmo após a transformação jurídica. “Onde não houver sanção, não haverá solução”, afirmou.

Alessandro Barcelos, do Internacional, levantou outra preocupação. 

Segundo ele, o país precisa definir quem vai fiscalizar esse sistema. 

Ele defendeu a criação de uma liga com estrutura independente, capaz de aplicar regras com eficiência e imparcialidade.

Fair play financeiro exige gestão profissional e controle

Marcelo Paz, CEO do Fortaleza, reforçou a crítica à CNRD, órgão ligado à CBF. 

Ele argumentou que a entidade atua com lentidão, sofre interferência política e penaliza quem cumpre as regras. 

Como consequência, os clubes responsáveis ficam em desvantagem.

Durante o simpósio, dirigentes citaram o Corinthians como exemplo negativo. 

Apesar das dívidas, o clube eliminou o Fortaleza na Copa Sul-Americana e contratou mais que concorrentes em 2024. 

Sendo assim, casos como esse mostram que a ausência de controle financeiro distorce o mercado.

Fair play financeiro fortalece o ambiente de negócios

A adoção de um fair play financeiro eficaz não beneficia apenas os clubes. 

O modelo atrai investidores, valoriza ativos e profissionaliza o ambiente esportivo. 

Por consequência, cria um ecossistema mais estável, transparente e competitivo. 

Para que isso aconteça, porém, será necessário fiscalizar, punir e equilibrar as regras.

Sem essas medidas, o futebol continuará afastando investimentos e estimulando práticas insustentáveis. 

Portanto, o avanço do fair play financeiro representa também uma demanda econômica. 

Em suma, gestão e responsabilidade são fatores indispensáveis para o crescimento do setor.

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