O diretor-Executivo para as Américas da Eurásia, Christopher Garman, disse que está menos preocupado com a relação do Brasil com os Estados Unidos, pois o foco de Washington está em outros lugares. O País foi taxado em 10% pelo governo do presidente americano Donald Trump, a menor alíquota aplicada até a trégua de 90 dias que nivelou todos na mesma régua, exceto a China.
“Eu diria que é um cachorro que não latiu nessa relação bilateral, mas acho que é em função das prioridades que a Casa Branca tem em outros lugares”, disse ele nesta quarta-feira, 14, em evento do Valor Econômico, em Nova York, durante a Brazil Week.
Para o ex-Secretário-Adjunto do Gabinete de Assuntos do Hemisfério Ocidental do Departamento de Estado dos EUA, Ricardo Zúñiga, o Brasil agora tem o “mundo multipolar que sempre quis”. “É o momento onde o Brasil tem que contemplar se o Mercosul faz sentido neste mundo”, afirmou.
Na sua visão, o Brasil não tem de escolher entre os EUA e a China, mas usar a diplomacia a seu favor, em especial, em áreas como minerais críticos. “O Brasil pode ser uma potência mineral, mas tem que arrumar a casa para poder fazer isso”, alertou, acrescentando a oportunidade que o País tem de influenciar a política industrial em diferentes partes do mundo diante da reorganização gerada pelas tarifas de Trump.
Garman, da Eurasia, reforçou a visão de que o Brasil está “bem posicionado” em meio a ambiente externo difícil uma vez que tem ativos importantes do lado ambiental. “É uma potência energética, ambiental e mineral. E no mundo de maior preocupação de segurança energética e alimentar, esses são bons ativos para ter”, avaliou.
O desafio do País é doméstico e está nas contas públicas, conforme ele. “O desafio é nós precisamos arrumar nossa casa fiscal doméstica. Com juros reais muito elevados, não tem como conseguir potencializar essas oportunidades”, concluiu.
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