
Aumentar o tamanho (e, consequentemente, a capacidade) das baterias de smartphones é um desafio que as fabricantes costumam enfrentar — afinal, tratam-se de aparelhos bem pequenos e muitas vezes com espaço bastante limitado até mesmo para adições mínimas.
Mas e em laptops (como os MacBooks), que são bem maiores e certamente contam com uma margem de incremento mais ampla? Uma nova matéria da iFixit explica o porquê de não termos baterias de computadores portáteis com grande autonomia por aí.
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Embora as baterias de íons de lítio possam, em teoria, alimentar computadores por dias, elas contam com dois problemas irritantes: podem inchar ou até mesmo pegar fogo — isso devido a uma reação química contínua que elas fazem para gerar energia, a reação de oxidação-redução.
À medida que uma bateria envelhece, essa reação química não é mais concluída perfeitamente. Às vezes, a reação imperfeita gera gases como dióxido de carbono e monóxido de carbono, que podem fazer com que as baterias inchem. A maioria das baterias de íons de lítio dentro de eletrônicos de consumo são feitas em um estilo de rolo, com camadas de metal e produtos químicos separados por plástico. Se esse plástico se degradar ou for danificado, a bateria pode começar a aquecer e, eventualmente, até pegar fogo, em um processo chamado “fuga térmica”.
E esse “pegar fogo” de uma bateria não é algo bobo, uma vez que a bateria danificada libera calor e gases que podem danificá-la ainda mais e liberar mais calor em uma reação em cadeia — o que torna o fogo extremamente difícil de apagar, se a bateria for muito grande.
Mas afinal, por que isso importa?
É por esse motivo que muitos órgãos reguladores de aviação — como FAA (dos Estados Unidos) e a EASA (da Europa) — impõem um limite máximo de 100 watts-hora para baterias de íons de lítio recarregáveis em aviões, com possibilidade de aumento para 160Wh mediante uma autorização especial.
É uma regulamentação que obviamente visa impedir acidentes maiores causados por baterias danificadas — algo que acaba inviabilizado a fabricação de laptops que ultrapassem esse limite, uma vez que eles não poderiam acompanhar seus donos em viagens, por exemplo.
Essa limitação acaba prejudicando laptops maiores, que precisam de grande poder de fogo. A título de comparação, enquanto um MacBook Pro (M4) de 14 polegadas possui bateria de de 72,4Wh, a versão com 16″ fica bem no limite de 100Wh, esbarrando nessa regulamentação. E não há o que a Apple possa fazer em relação a isso, a menos que a regra seja futuramente alterada.
Curioso, não acham?