Um dia após ter sido eleito em difícil votação no Parlamento alemão, o chanceler federal Friedrich Merz argumentou que o tratado deve ser implementado “rapidamente”. Esforço, porém, esbarra na oposição da França.O novo chanceler da Alemanha, Friedrich Merz, defendeu nesta quarta-feira (07 /05) uma rápida implementação do acordo de livre comércio entre Mercosul e União Europeia (UE). O tratado foi assinado no final do ano passado, mas ainda precisa ser ratificado pelo Parlamento Europeu e os legislativos de cada país dos blocos.
“O acordo com o Mercosul deve ser ratificado e implementado rapidamente”, afirmou, durante coletiva de imprensa em Paris, junto ao presidente francês, Emmanuel Macron.
Merz realizou a primeira viagem internacional desde que tomou posse ontem, após uma eleição difícil no Parlamento alemão (Bundestag) em que setornou o primeiro candidato derrotado na primeira votação desde a segunda Guerra Mundial.
A defesa ao acordo de livre comércio indica que o político da União Democrata Cristã (CDU) mantém a posição do antecessor. O ex-chanceler federal Olaf Scholz era um dos principais fiadores da integração comercial com os sul-americanos,em meio ao aumento do protecionismo com a volta do presidente dos EUA, Donald Trump, à Casa Branca.
Em fevereiro, Scholz chegou a dizer que estava confiante de que o processo de ratificação seria finalizado. “Gostaria de ver mais acordos de livre comércio. Lamento a hesitação e a lentidão com que as coisas estão progredindo, e isso também se aplica a este acordo que foi negociado durante tanto tempo [entre Mercosul e UE]”, disse à época.
Oposição da França
O apoio alemão, porém, esbarra na firme oposição da França. Nos últimos meses, agricultores franceses realizaram sucessivos protestos contra o que consideram o aumento da concorrência desleal de produtos estrangeiros.
Sob pressão, Macron disse que a versão do texto aprovada em dezembro é “inaceitável” e que trabalha para bloqueá-lo na União Europeia. O presidente francês garantiu que o “assunto não está encerrado”. “Continuaremos defendendo vigorosamente a consistência dos nossos compromissos”, afirmou.
Não é a primeira vez que a resistência da França trava a implementação de um acordo. Em 2019, ainda durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), um entendimento chegou a ser firmado entre os líderes dos dois blocos. A pauta, contudo, nunca saiu do papel.
A Comissão Europeia, então, reabriu as negociações com o Mercosul e fechou um novo acordo na Cúpula do Mercosul no Uruguai, em dezembro do ano passado.
O novo texto incluiu acenos a ambientalistas, entre eles dispositivos que exigem alinhamento com as metas climáticas do Acordo de Paris. Prevê ainda um período de transição para a aplicação das isenções tarifárias, com objetivo de dar mais tempo para adaptação dos setores mais afetados.
am/cn (AFP)
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