
O mercado financeiro espera que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central eleve a taxa básica de juros, a Selic, para 14,75% ao ano nesta semana, durante reunião marcada para os dias 6 e 7 de maio. A previsão é que esta seja a última alta do ano, encerrando um ciclo de aperto na política monetária iniciado em setembro do ano passado.
As estimativas constam no Boletim Focus, divulgado dia 5 pelo Banco Central, que reúne a projeção de analistas do mercado sobre os principais indicadores da economia. Na última reunião do Copom, realizada em março, a Selic foi elevada para 14,25% ao ano, marcando a quinta alta consecutiva. Agora, o mercado aposta em um novo reajuste de 0,5 ponto percentual.
Desde setembro de 2024, a Selic passou por uma série de elevações, após permanecer em 10,5% ao ano entre junho e agosto do mesmo ano. O ciclo de alta incluiu um primeiro ajuste de 0,25 ponto, seguido por aumentos de 0,5 ponto e três elevações consecutivas de 1 ponto percentual.
Selic
A expectativa é que a Selic encerre 2025 no patamar de 14,75% ao ano. Para os próximos anos, o mercado projeta queda gradual: 12,5% em 2026, 10,5% em 2027 e 10% em 2028.
A taxa Selic é o principal instrumento utilizado pelo Banco Central para controlar a inflação. Segundo o próprio Copom, a economia brasileira continua aquecida, embora apresente sinais de moderação no ritmo de crescimento. O comitê também destacou a persistência da alta nos chamados núcleos de inflação – que desconsideram itens com maior volatilidade, como alimentos e energia – e alertou para o risco de manutenção da inflação elevada no setor de serviços.
O Copom informou ainda que continuará monitorando os rumos da política econômica e, na última reunião, sinalizou que faria uma elevação de menor magnitude neste encontro de maio. No entanto, o comitê não deu indicações claras sobre os próximos passos.
Juros
A elevação dos juros busca conter o consumo e, assim, reduzir a pressão sobre os preços. Com taxas mais altas, o crédito fica mais caro, o que desestimula o endividamento e incentiva a poupança. Por outro lado, juros elevados também podem frear a atividade econômica.
Na edição mais recente do Focus, a projeção para a inflação oficial medida pelo IPCA foi ajustada de 5,55% para 5,53% em 2025. Para 2026, a estimativa permanece em 4,51%, com previsões de 4% em 2027 e 3,8% em 2028.
Meta
A meta de inflação definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) para este ano é de 3%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos, o que estabelece um teto de 4,5%. Assim, a estimativa atual do mercado para o IPCA está acima da meta superior.
Em março, o índice de inflação fechou em 0,56%, influenciado principalmente pela alta nos preços dos alimentos, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Apesar disso, houve desaceleração em relação a fevereiro, quando a inflação foi de 1,31%. No acumulado de 12 meses, o IPCA soma 5,48%.
Economia
Quanto ao desempenho da economia, a previsão é de que o Produto Interno Bruto (PIB) cresça 2% em 2025. Para 2026, a projeção é de crescimento de 1,7%. Nos dois anos seguintes, o mercado espera expansão de 2% ao ano.
Em 2024, a economia brasileira teve crescimento de 3,4%, marcando o quarto ano consecutivo de alta no PIB. Foi o melhor desempenho desde 2021, quando a expansão chegou a 4,8%.
A expectativa para o câmbio é de que o dólar encerre 2025 cotado a R$ 5,86. Para o fim de 2026, a estimativa é de R$ 5,91.
(Com Agência Brasil).
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