
A Toky informou que conseguiu uma autorização excepcional da B3 para estender o prazo de resposta do seu conselho de administração sobre a proposta de aquisição de ações apresentada pela família Dubrule.
Com isso, o parecer, que originalmente deveria ser divulgado em até 15 dias após o recebimento do edital — prazo estipulado pelo regulamento do Novo Mercado —, poderá ser publicado até terça-feira (6).
O edital foi entregue à companhia em 15 de abril, o que, pelas regras, colocaria o limite inicial para a manifestação até o final de abril. A extensão do prazo ocorre em meio a um ambiente de tensão entre a gestão da Toky e os Dubrule, com trocas de acusações sobre um suposto conluio com outros acionistas para viabilizar a operação.
A disputa, que ganhou contornos contenciosos, vem elevando a temperatura nas negociações em torno da oferta.
Minoritários barram retirada de poison pill em disputa pela Toky
Os acionistas minoritários da Toky rejeitaram a proposta da controladora Home24 de eliminar a cláusula de poison pill da atual OPA (Oferta Pública de Aquisição) apresentada pela família Dubrule. Também foi negada a alteração do estatuto social que exige OPA obrigatória para compras superiores a 20% das ações da companhia.
Na assembleia realizada na manhã de 30 de abril, 59,8 milhões de ações votaram contra a proposta, enquanto os votos favoráveis somaram 54,5 milhões — número próximo ao total de ações detido pela Home24.
Antes mesmo da assembleia, os votos a distância já sinalizavam resistência: apenas 31 ações haviam se posicionado a favor da retirada da poison pill, enquanto quase 59 milhões se manifestaram contra.
Segundo apuração do NeoFeed, 95% dos fundos institucionais votaram pela manutenção da cláusula. No total, dos 122,7 milhões de papéis emitidos pela MBLY3, 114,3 milhões participaram da votação.
A realização da assembleia esteve ameaçada por uma disputa judicial. Na véspera, a Mobly solicitou a suspensão da OPA após identificar trocas de mensagens que indicariam negociações paralelas entre os Dubrule e a XXXLutz — controladora da Home24 — em condições supostamente diferentes daquelas ofertadas aos demais acionistas.
Apesar disso, o juiz André Salomon Tudisco decidiu manter a assembleia, embora seus efeitos tenham sido suspensos temporariamente para análise mais detalhada do caso.
No mercado, a ação da Mobly (MBLY3) operava em alta de 1,8% na abertura da bolsa, cotada a R$ 1,11. Com esse desempenho, o valor de mercado da empresa alcançou R$ 133,8 milhões. A disputa entre os minoritários, a Home24 e os fundadores da Tok&Stok continua gerando incertezas sobre os rumos da oferta e do controle da companhia.
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