Hackers estão sequestrando contas de corretoras online no Japão e usando-as para impulsionar ações de baixo valor em todo o mundo. A onda de negociações fraudulentas já chegou a 100 bilhões de ienes (US$ 710 milhões) desde o início, em fevereiro, e não mostra sinais de redução.
Os golpes geralmente utilizam as contas hackeadas para comprar ações pouco negociadas, tanto no mercado doméstico quanto no exterior, permitindo que os criminosos construam uma posição e depois resgatem os valores inflacionados. Em resposta, algumas corretoras japonesas pararam de processar ordens de compra para certas ações chinesas, americanas e japonesas.
Oito das maiores corretoras do país, incluindo a Rakuten Securities Inc. e a SBI Securities Co., relataram negociações não autorizadas em suas plataformas. As violações expuseram o Japão como um potencial ponto fraco nos esforços para proteger os mercados globais de hackers.
Hackers: fraude afastas pessoas da aposentadoria no Japão
As fraudes ameaçam minar os esforços do governo japonês para atrair mais pessoas a investir para a aposentadoria, principalmente porque algumas vítimas se dizem confusas sobre como suas contas foram invadidas e as corretoras, até o momento, se abstiveram de cobrir as perdas.
Uma trabalhadora de meio período de 41 anos, que não quis ser identificada por questões de privacidade, afirmou que sua conta na Rakuten Securities foi hackeada e usada para comprar ações chinesas em uma transação que lhe custou 639.777 ienes, ou aproximadamente 12% de seus ativos. Ao notar o movimento, ela contatou a Rakuten, que a orientou a registrar um boletim de ocorrência.
Contudo, a polícia da província de Aichi não aceitou a queixa criminal porque, de acordo com ela, a vítima não era ela — e sim a Rakuten Securities. Ela afirmou que a corretora lhe disse que não tinha culpa e, portanto, não poderia ajudá-la.
“A polícia me disse que, na maioria dos casos de fraude, as vítimas muitas vezes acabam tendo que aceitar a perda em silêncio”, disse ela, de acordo com o Valor. “Basicamente, não há muito que se possa fazer”, acrescentou.
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