
Em um movimento estratégico para diminuir a dependência da manufatura chinesa, a Apple está planejando transferir a montagem de mais de 60 milhões de iPhones por ano, destinados ao mercado norte-americano, para a Índia até o final de 2026.
Após quase duas décadas investindo em produção na China, a gigante de tecnologia agora pretende dobrar sua capacidade de fabricação no território indiano. Os principais fornecedores da companhia no país são a Foxconn e a Tata, que já exportaram quase US$ 2 bilhões em iPhones para os Estados Unidos.
Atualmente, a Apple opera três fábricas na Índia. No mês passado, para atender à crescente demanda, a maior unidade da Foxconn no país passou a funcionar também aos domingos, em caráter temporário. Além disso, a empresa tem fretado voos de carga para acelerar a logística: foram transportadas cerca de 600 toneladas de iPhones — o equivalente a aproximadamente 1,5 milhão de aparelhos — diretamente para os EUA, em uma operação que reforça a importância do novo polo de produção.
Cenário de tensões comerciais
A decisão de ampliar a produção na Índia ocorre em meio a um cenário de tensões comerciais entre Estados Unidos e China. Desde o início do mandato de Donald Trump, em 2017, o conflito tarifário tem encarecido as trocas comerciais entre os dois países. As exportações chinesas para os EUA já enfrentam tarifas de até 245%, enquanto as importações norte-americanas para a China sofrem uma sobretaxa de 125%.
Esse ambiente afetou diretamente a Apple. No primeiro trimestre deste ano, a participação da marca no mercado chinês de smartphones caiu de 15,6% para 13,7%, rebaixando a empresa para o quinto lugar no ranking local.
Embora o processo de fabricação do iPhone envolva mais de mil componentes de diversos países — sendo que a maioria ainda vem da China —, a busca por alternativas se intensificou. Recentemente, o governo Trump chegou a oferecer uma isenção temporária para smartphones, mas os aparelhos produzidos na China continuam sujeitos a uma tarifa separada de 20%. Já os iPhones montados na Índia enfrentam tarifas de apenas 10%, tornando a mudança ainda mais atrativa.
(Com Agências Internacionais).
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