
O kickboxing é uma arte marcial e esporte de combate que combina socos e chutes, unindo técnicas do karatê e do boxe. Criado nos anos 1950, no Japão, e popularizado nos Estados Unidos com influências do ‘full contact’, é uma modalidade de trocação em pé, com ritmo intenso e foco em golpes rápidos e precisos. Diferente do muay thai, tem regras mais restritas quanto ao uso de joelhadas e não permite cotoveladas.
Além de melhorar o condicionamento físico, o kickboxing desenvolve disciplina, coordenação, agilidade e autoconfiança, como afirma o treinador Igor Ribeiro, fundador do Team Ribeiro, academia que oferece a prática em Juiz de Fora. A modalidade é a 13ª mostrado no TM Esporte Clube, quadro que mostra os mais diferentes esportes que podem ser praticados na cidade. Até o momento, foram abordados o paraquedismo, a esgrima, o rapel, o foot table, a canoagem, o parapente, a bocha, o squash, a escalada indoor, o aikido, o padel e o pickleball.
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Tradição familiar e amor pelas artes marciais

Morador do Bairro Teixeiras, na Zona Sul, Igor de Mello Ribeiro, de 28 anos, carrega no DNA o gosto pela luta. Filho de mestre em taekwondo e hapkido, Igor iniciou sua trajetória aos 3 anos de idade, dentro da academia do pai. Aos 6, já praticava hapkido. Com o tempo, vieram o muay thai e o kickboxing. “Hoje sou faixa preta em taekwondo, hapkido, kickboxing e muay thai. Dedico minha vida a essas artes, tanto como praticante quanto como professor”, conta.
Para Igor, o kickboxing se destaca por ser um esporte completo e dinâmico. Criado nos anos 1950, em Tóquio, ele nasceu da união entre o karatê e o boxe, com o objetivo de oferecer ao público lutas mais agressivas e empolgantes. Com o tempo, a modalidade se espalhou pelo mundo, ganhando versões como o full contact nos Estados Unidos.
Além da movimentação intensa — com muitos socos, chutes e chances de nocaute — o kickboxing é baseado na disciplina. “O comprometimento com os treinos, o respeito aos horários, a constância. Tudo isso é fundamental”, afirma Igor. “Muita gente chega achando que não vai conseguir. Mas com paciência e esforço, todos evoluem. Às vezes, até descobrem vontade de competir”.
Um dos atletas do Team Ribeiro, Rafael Calixto, de 29 anos, conheceu o kickboxing em 2019, mas sua história com as artes marciais começou antes, com o taekwondo e o hapkido. Foi nessa última modalidade, que mistura técnicas de braço inspiradas no boxe, que ele despertou para o kickboxing. “Estava acima do peso, e o taekwondo me ajudou a emagrecer. Quando entrei no kickboxing, já estava melhor fisicamente e minha resistência só aumentou”, relata.
Hoje, Rafael é professor da modalidade e vê de perto a transformação dos alunos. “Tem gente que começa sem saber dar um soco e, com o tempo, ganha até cinturão. É muito gratificante acompanhar essa evolução.”
Diferenças do muay thai

Apesar de parecerem semelhantes, o kickboxing e o muay thai têm regras distintas. “No kickboxing, só é permitida uma joelhada por clinch — aquele momento em que se segura o adversário. Já no muay thai, o clinch é livre, com várias joelhadas e até cotoveladas”, explica Igor. Ambas são modalidades de trocação em pé, o que torna as lutas mais ágeis e emocionantes para quem pratica e para quem assiste.
Para quem pensa em competir, o caminho exige esforço. “Pelo menos dois treinos por dia, de segunda a sábado”, destaca Igor. “É um esporte de alto contato, e nem todo mundo está disposto a encarar essa rotina”. Mas, para os professores, o mais importante é respeitar o objetivo de cada aluno. “Tem gente que quer competir, outros só querem emagrecer ou melhorar a saúde. Todos são bem-vindos”, reforça Rafael.
Crescimento em Juiz de Fora
De acordo com Igor, é preciso desmistificar que o esporte é o perigoso. A rotina das aulas conta com aquecimento, fundamentos técnicos, treino no saco e, com o tempo, a luta propriamente. “Nosso foco é ensinar com responsabilidade e mostrar que o kickboxing pode transformar vidas”, afirma o professor.
Em Juiz de Fora, havia eventos expressivos de artes marciais, como o JF Fight, que reunia kickboxing, muay thai e MMA. Atualmente, o número de competições diminuiu, mas o interesse segue em alta. “A nossa academia recebe bastante procura, e temos turmas de crianças, adultos e iniciantes”. É uma modalidade democrática, que trabalha o corpo todo e pode ser praticada em qualquer idade”, diz Igor.
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