
Um Produto Interno Bruto de 2,3% ao final de 2025, que representaria o menor crescimento da economia brasileira nos últimos cinco anos.
Essa foi a projeção feita pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), por meio do seu Informe Conjuntural do 1º trimestre, divulgado nesta quinta-feira (24).
No documento, a CNI reduziu expectativas para o PIB em relação ao informe do trimestre anterior, rebaixando o crescimento de 2,4% para 2,3%.
Na mesma linha, a entidade também rebaixou suas perspectivas para o PIB industrial (agora em 2%), do PIB da indústria de construção (2,2%) e para o PIB do consumo das famílias (2,2%).
Mesmo com a redução, a estimativa da CNI ainda está melhor do que a média de projeções feita pelos analistas do mercado financeiro.
De acordo com o Boletim Focus do BC nesta semana, houve aumento de 1,98% para 2% na projeção de crescimento do PIB em 2025.
Segundo a CNI, já no final de 2024 se percebia sinais de perda de ritmo de crescimento o PIB, que cresceu 0,2% no 4º quarto trimestre de 2024.
Entre os setores econômicos, a indústria apresentou o melhor resultado com alta de 0,3% frente ao 3º trimestre, mas que já representava desaceleração frente aos trimestres anteriores.
CNI analisa perda de ritmo
No início de 2025, de acordo com a CNI, há um aprofundamento dessa perda de ritmo de crescimento, com índices ligados à atividade econômica recuando nos últimos meses.
Entre outubro de 2024 e fevereiro de 2025, a produção da indústria de transformação recuou 1,9%, o volume de serviços caiu 1% e o volume de vendas no comércio ampliado caiu 1,3%.
Ao mesmo tempo, a inflação acelerou e o IPCA do IBGE registrou registrou o aumento de 5,5% no acumulado em 12 meses até março de 2025, acima da alta de 4,8% observada frente a 2024.
Reflexo na taxa de juros
Diante desse quadro inflacionário, o documento Informe Conjuntural da CNI afirma que o Banco Central deve elevar a taxa básica de juros em meio ponto percentual na próxima reunião.
Para a CNI, o Copom deve manter os juros em 14,75% até o fim do ano.
A entidade estima que essa nova elevação deve fazer com que a taxa de juros real encerre 2025 em 9,8% ao ano, ante os 7% registrados em 2024.
Nesse cenário, a CNI projeta crescimento real de 6,5% das concessões totais de crédito, abaixo do aumento de 10,6% observado no ano passado.
Além do crédito, outros dois fatores importantes para o crescimento da economia em 2024 serão mais moderados neste ano: o estímulo fiscal e o mercado de trabalho.
O diretor de Economia da CNI, Mário Sérgio Telles, explicou o que motivou a revisão para baixo do crescimento do PIB.
“Reduzimos um pouco a projeção de crescimento do país para esse ano, porque a desaceleração da economia está sendo mais forte do que a CNI esperava e porque o Banco Central dá sinais de que vai elevar ainda mais a taxa Selic”, afirma.
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