O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que o Brasil é um país que ‘sobrevive’ e ‘ficou rico’ com tarifas cobradas de produtos importados dos Estados Unidos. O republicano fez à afirmação em uma entrevista à revista Time Magazine, publicada nesta sexta-feira, 25.
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Em tom de revanchismo, Trump disse que consideraria uma ‘vitória total’ se os EUA conseguir impor tarifas altas para produtos importados de estrangeiros.
“Foi o que a China fez conosco. Eles nos cobram 100%. Se você olhar para a Índia, eles cobram de 100% a 150%. Se você olhar para o Brasil, se você olhar para muitos, muitos países, eles cobram – e é assim que eles sobrevivem. É assim que eles ficaram ricos”, disse.
Todavia, o presidente dos EUA disse que o país deve, ainda nas próximas semanas, fechar acordos comerciais. A sua visão é de que mais empresas estão mudando sua produção para solo americano após o início da guerra comercial. Segundo ele, sem o tarifaço isso não ocorreria.
“Elas estão vindo [para os Estados Unidos] porque eles não querem pagar as tarifas. Lembre-se disso: não há tarifas se elas fizerem seus produtos aqui”, disse à Time Magazine.
‘Você ainda não percebe, mas isso é um tremendo sucesso o que está acontecendo”, completou.
Sem citar números, disse que os Estados Unidos tem arrecadado ‘bilhões e mais bilhões’ com as tarifas impostas desde que assumiu a Casa Branca.
O republicano ainda mencionou que os EUA ‘tem US$ 7 trilhões em novas plantas, fábricas e outras coisas’ após o tarifaço. “As pessoas estão vindo e construindo em níveis que nunca foram vistos antes”, disse.
China desmente Trump sobre negociação
Apesar da afirmação de que os EUA devem fechar uma série de acordos nas próximas semanas, Trump foi contrariado por porta-vozes de Pequim acerca de um eventual acordo com a China – de longe, o maior alvo do tarifaço.
“A China e os EUA NÃO estão realizando nenhuma consulta ou negociação sobre tarifas. Os EUA devem parar de criar confusão”, disse o Ministério das Relações Exteriores chinês, em declaração publicada pela Embaixada da China nos EUA.
Na mesma entrevista à Time, o presidente dos EUA havia dito que Xi Jinping, o Chefe de Estado do dragão asiático, havia telefonado para ele.
“Ele ligou. E não acho que isso seja um sinal de fraqueza da parte dele”, disse.
A China isentou algumas importações dos Estados Unidos de suas tarifas de 125% e está pedindo às empresas que identifiquem os produtos essenciais que precisam ficar livres de taxas, de acordo com as empresas que foram notificadas, no sinal mais claro das preocupações de Pequim sobre as consequências da guerra comercial.
O movimento sinaliza que as duas maiores economias do mundo estão preparadas para reduzir o conflito, que congelou grande parte do comércio entre elas, aumentando os temores de uma recessão global.
“Como uma medida de contrapartida, pode ser uma forma potencial de diminuir as tensões”, disse Alfredo Montufar-Helu, consultor sênior do Centro para China do Conference Board, um think tank. Mas ele alertou: “Está claro que nem os EUA nem a China querem ser os primeiros a tentar chegar a um acordo”.
A China ainda não comunicou publicamente quaisquer isenções.
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