China nega afirmação de Trump de que ambos conversam sobre tarifas

A China negou nesta sexta-feira, 25, a afirmação do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de que seu governo está conversando com Pequim para fechar um acordo sobre tarifas.

+Europa age para atrair acadêmicos americanos pressionados por Trump

+Trump indica prazo de ‘2 a 3 semanas’ para rever tarifas: ‘Pode ser com a China também’

“A China e os EUA NÃO estão realizando nenhuma consulta ou negociação sobre #tarifas. Os EUA devem parar de criar confusão”, disse o Ministério das Relações Exteriores chinês, em declaração publicada pela Embaixada da China nos EUA.

Em entrevista à revista Time publicada nesta sexta-feira, Trump havia dito que seu governo está conversando com a China para fechar um acordo tarifário e que o presidente chinês, Xi Jinping, telefonou para ele.

“Ele ligou. E não acho que isso seja um sinal de fraqueza da parte dele”, disse Trump à Time. Ele não disse quando Xi ligou ou o que os dois líderes teriam discutido.

China retirou tarifas de produtos essenciais

A China isentou algumas importações dos Estados Unidos de suas tarifas de 125% e está pedindo às empresas que identifiquem os produtos essenciais que precisam ficar livres de taxas, de acordo com as empresas que foram notificadas, no sinal mais claro das preocupações de Pequim sobre as consequências da guerra comercial.

O movimento sinaliza que as duas maiores economias do mundo estão preparadas para reduzir o conflito, que congelou grande parte do comércio entre elas, aumentando os temores de uma recessão global.

“Como uma medida de contrapartida, pode ser uma forma potencial de diminuir as tensões”, disse Alfredo Montufar-Helu, consultor sênior do Centro para China do Conference Board, um think tank. Mas ele alertou: “Está claro que nem os EUA nem a China querem ser os primeiros a tentar chegar a um acordo”.

A China ainda não comunicou publicamente quaisquer isenções.

Busca por estabilidade, preparação para a guerra

Embora Washington tenha afirmado que o impasse comercial com a China é economicamente insustentável e já tenha oferecido isenções tarifárias para alguns produtos eletrônicos, a China tem afirmado repetidamente que está disposta a lutar até o fim, a menos que os EUA encerrem suas tarifas de 145%.

Uma declaração feita na sexta-feira pelo Politburo, o órgão decisório do Partido Comunista da China, concentrou-se nos esforços para manter a estabilidade no país, apoiando as empresas e os trabalhadores mais afetados pelas tarifas. O documento mostra que o governo também está pronto para combater em uma guerra comercial, se necessário.

Uma força-tarefa do Ministério do Comércio está coletando listas de itens que poderiam ser isentos de tarifas e está pedindo às empresas que apresentem suas próprias solicitações, de acordo com uma pessoa que tem conhecimento dessa divulgação.

Neste momento em que o governo Trump dá sinais de querer fazer um acordo com Pequim, as isenções tarifárias que estão sendo consideradas pelo governo chinês podem proporcionar alívio de custos para as empresas chinesas e aliviar a pressão sobre as exportações dos EUA.

Empresas chinesas participam do debate

O ministério informou na quinta-feira, 24, que realizou uma reunião com mais de 80 empresas estrangeiras e câmaras de negócios na China para discutir o impacto das tarifas dos EUA sobre os investimentos e a operação de empresas estrangeiras.

“O governo chinês, por exemplo, tem perguntado às nossas empresas que tipo de coisas vocês estão importando dos EUA para a China que não podem ser encontradas em nenhum outro lugar e que, portanto, acabaria com sua cadeia de suprimentos”, disse o presidente da Câmara de Comércio dos EUA na China, Michael Hart.

Hart acrescentou que algumas empresas farmacêuticas associadas relataram ter conseguido importar medicamentos para a China sem tarifas. Ele acredita que as isenções são específicas para cada medicamento, e não para todo o setor.

O chefe-executivo da fabricante francesa de motores de aeronaves Safran disse nesta sexta-feira que foi informado na noite anterior que a China havia concedido isenções tarifárias sobre “um certo número de peças de equipamentos aeroespaciais”, incluindo motores e trens de pouso.

Uma lista de 131 categorias de produtos que estariam sendo considerados para isenções tarifárias estava circulando nas plataformas de mídia social chinesas e entre algumas empresas e grupos comerciais nesta sexta-feira. A Reuters não conseguiu verificar a lista, que inclui itens que vão desde vacinas e produtos químicos até motores a jato.

A agência alfandegária da China e o Ministério do Comércio não responderam aos pedidos de comentários. O Ministério das Relações Exteriores da China disse que não estava familiarizado com os planos de isenção de tarifas, redirecionando as perguntas para as “autoridades relevantes”.

Diálogo com a Europa

A Câmara de Comércio da União Europeia na China também disse que havia levantado a questão das isenções tarifárias junto ao Ministério do Comércio e estava aguardando uma resposta.

“Muitas de nossas empresas associadas são significativamente afetadas pelas tarifas sobre componentes críticos importados dos EUA”, disse o presidente do órgão, Jens Eskelund.

O post China nega afirmação de Trump de que ambos conversam sobre tarifas apareceu primeiro em ISTOÉ DINHEIRO.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.