
Em meio ao pior resultado trimestral da Tesla em cinco anos, Elon Musk afirmou que reduzirá significativamente seu envolvimento com o Departamento de Eficiência Governamental (DOGE, na sigla em inglês), ligado ao governo Trump, a partir do próximo mês.
A fala veio logo após a divulgação dos resultados financeiros do primeiro trimestre, que apontaram lucro ajustado de US$ 0,27 (R$ 1,57) por ação e receita de US$ 19,3 bilhões (R$ 111,9 bilhões). A receita automotiva caiu 20%, para US$ 14 bilhões (R$ 81,2 bilhões), o nível mais baixo desde o terceiro trimestre de 2021. O desempenho levou o analista do JPMorgan, Ryan Brinkman, a comparar a queda com um fenômeno inédito na indústria: “É difícil pensar em algo análogo na história da indústria automotiva, em que uma marca perdeu tanto valor tão rapidamente”, afirmou.
Musk também comentou brevemente sobre a política tarifária ampla do ex-presidente Donald Trump. Disse que continuará “defendendo tarifas mais baixas em vez de mais altas, mas isso é tudo o que posso fazer”.
Bilionário faz autodefesa
O bilionário defendeu ainda sua atuação no DOGE, criticando os protestos recentes contra a Tesla. Segundo ele, os manifestantes que se organizaram contra a montadora no mês passado foram pagos com “dinheiro fraudulento”. As manifestações, que incluem atos de vandalismo, se intensificaram desde janeiro, quando a Tesla passou a registrar entregas de veículos abaixo do esperado.
Com um patrimônio estimado em US$ 361 bilhões (R$ 2,09 trilhões), Musk segue como a pessoa mais rica do mundo, apesar de ter perdido mais de US$ 100 bilhões (R$ 580 bilhões) desde o pico em dezembro. Apenas nesta terça-feira, sua fortuna cresceu quase US$ 6 bilhões (R$ 34,8 bilhões), impulsionada pela reação do mercado à teleconferência e às promessas de maior foco na Tesla.
A relação entre Musk e Trump ganhou força nos últimos meses. O empresário doou mais de US$ 250 milhões (R$ 1,45 bilhão) à campanha do ex-presidente e, desde janeiro, passou a liderar na prática o DOGE. A iniciativa já resultou em cerca de 280 mil demissões — algumas com possibilidade de reversão — em 27 agências do governo, incluindo os Departamentos de Educação e Agricultura e a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID). Parlamentares de ambos os partidos expressaram preocupação com o impacto e a condução desorganizada dos cortes.
(Com Agências Internacionais).
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