Investir no JF Vôlei é um bom negócio

editorial

Vice-campeão da Superliga B, o JF Vôlei fez uma campanha memorável e está classificado para a elite do vôlei brasileiro, como era a meta estabelecida por dirigentes e atletas. O título, embora desejável, era consequência, e não conquistá-lo não significa qualquer demérito ao trabalho realizado até hoje.

É de dar fim à velha máxima, que só ocorre no Brasil, de considerar o segundo lugar o primeiro dos últimos. Em competições, damos mais mérito ao bronze, que significa uma conquista pela vitória, do que à medalha de prata, resultado de uma derrota. Parece uma postura absurda. E é, sobretudo quando se avalia o histórico da equipe, que perdeu apenas uma partida em seu ginásio, algo incomum quando se trata de esporte de alto desempenho.

   É necessário, sim, voltar o olhar para o próximo passo, por este exigir novos e mais investimentos. A elite do voleibol brasileiro está em outro patamar, e para se manter nela são necessárias reformulações de elenco e obtenção de novos recursos. 

  No encontro de lideranças políticas, na última segunda-feira, a cidade de Uberlândia foi citada pela capacidade de seus atores políticos, empresariais e acadêmicos de atuarem unidos quando se trata de uma demanda de interesse da cidade. Pois bem, de novo, a cidade do Triângulo Mineiro cruza o nosso caminho e deve servir também de referência ante a pujança de seu voleibol. O Praia Clube está no topo tanto na categoria feminina quanto na masculina em razão do envolvimento de lideranças empresariais que apostam – e não é de hoje – no projeto.

  Essa, sim, deve ser a discussão a ser feita em Juiz de Fora, em vez de se colocar em pauta se o clube foi campeão ou não da Superliga B. Para essa jornada, o Poder Público teve um forte envolvimento. Para a próxima, é possível, mas outros setores também devem se engajar na causa, a fim de garantir que a cidade, com um ginásio de primeiro mundo, também tenha uma participação por muitas jornadas na competição.

  O JF Vôlei já esteve na elite em seis ocasiões e pelo menos uma vez teve que desistir ante a falta de apoio financeiro e de infraestrutura. Em entrevista ao programa “Papo de Craque”, na Rádio Transamérica, o dirigente Maurício Bara – que há anos está envolvido de corpo e alma no projeto – assegurou que o JF Vôlei estará na competição, mas alertou para a importância dos recursos.

  E tem razão. A torcida, ao bater recordes de participação, mostrou-se capaz de cumprir a sua parte, mas isso só não basta. Na elite os custos são bem mais elevados e demandam novos patrocinadores. 

  Juiz de Fora tem histórico de personagens que se envolvem em ações esportivas como uma causa, o que deve servir de incentivo para outros atores dispostos a investir, cientes, também, do lado positivo para suas marcas. Afinal, estarão envolvidas num projeto que já se mostrou de grande repercussão ao atrair milhares de torcedores ao Ginásio Municipal Jornalista Antônio Marcos, e ainda com transmissões ao vivo para todo o país. Com a presença da elite, essa audiência tende a aumentar. Daí, vale a pena apoiar o projeto, que, em vez de custo, é um investimento.

 

 

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