O homem mais rico da Europa e CEO da LVMH (Louis Vuitton Moët Hennessy), Bernard Arnault, defendeu nesta quinta-feira (17) a criação de “uma zona de comércio livre” entre os EUA e a União Europeia. Ele apelou para que líderes europeus resolvam “amigavelmente” as tensões comerciais entre os dois blocos.
“Estas negociações são vitais para muitas empresas na França e, infelizmente, tenho a impressão de que os nossos amigos britânicos são mais concretos no progresso das negociações”, declarou Arnault à margem da assembleia-geral anual, segundo o Jornal de Negócios.
O grupo francês LVMH — líder mundial de artigos de luxo — realizou nesta quinta-feira sua assembleia-geral anual num contexto delicado de queda das vendas, enquanto aguardava um acordo sobre os direitos aduaneiros e procurava tranquilizar os acionistas sobre a sucessão de Arnault.
“O ano de 2025 está a ter um início atribulado, se preferirem”, afirmou o CEO.
“Até o final de fevereiro, tudo correu muito bem. Depois, deparamo-nos com uma situação geopolítica e econômica mundial que foi virada do avesso por potenciais direitos aduaneiros e pelo agravamento das crises internacionais”, acrescentou.
Homem mais rico da Europa acredita que é possível chegar a ‘um acordo’
Segundo o grupo francês, 25% das suas vendas são realizadas nos EUA. Na última terça-feira (15), a empresa anunciou uma queda de 2% nas vendas do primeiro trimestre de 2025, para 20,3 bilhões de euros.
“Temos chance de chegar a um acordo, tal como os dirigentes de Bruxelas parecem estar a tentar fazer para o setor automotivo alemão. É vital para a viticultura francesa”, ressaltou Arnault.
Cerca de 34% das vendas de vinhos e bebidas da LVMH são realizadas nos EUA. Segundo o executivo, “se acabarmos com direitos aduaneiros elevados, teremos de aumentar nossa produção americana, e não poderemos dizer que a culpa é das empresas. A culpa será de Bruxelas se isso acontecer”.
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