Apesar do aumento no custo dos alimentos, a procura por produtos típicos da Páscoa registrou forte crescimento neste ano. De acordo com a JSL, empresa especializada em transporte rodoviário, mais de 1,8 milhão de caixas de ovos de chocolate foram distribuídas para o varejo — um salto de 30% em comparação com o mesmo período de 2024.
Além dos doces, o consumo de peixes também subiu. A empresa aponta que mil toneladas extras de pescado foram importadas, superando a média dos meses anteriores.
Em entrevista à CNN, o CEO da JSL, Ramon Alcaraz, destacou que a alta na demanda e na produção exigiu reforços operacionais, com a ampliação da frota de caminhões e da equipe de logística para dar conta da distribuição neste período mais intenso.
Esse aquecimento nas compras acontece mesmo em um cenário de pressão inflacionária. O grupo Alimentação e Bebidas, por exemplo, foi responsável por 45% da inflação registrada no mês, com uma aceleração de 1,17% — acima dos 0,70% observados no mês anterior.
Preço do chocolate sobe, mas consumo mostra resiliência
As altas no valor do cacau, causadas por dificuldades na produção da commodity, tornam os tradicionais ovos de Páscoa e outros chocolates menos acessíveis ao consumidor.
De acordo com levantamento da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), os preços dos chocolates subiram mais de 27%. Já os bombons tiveram alta de 13,5%, enquanto os ovos de Páscoa ficaram 9,5% mais caros.
“A economia não está bombando, digamos assim, mas ela também não está ruim. A gente teve um primeiro trimestre muito bom, e maior, inclusive, do que o ano passado. O consumo poderia estar melhor? Poderia. Mas ele não diminuiu proporcionalmente”, disse Ramon Alcaraz, da JSL, destacando a resiliência do mercado de trabalho.
A Associação Brasileira de Supermercados (Abras) informou que o consumo nos lares brasileiros recuou 4,25% em fevereiro deste ano em relação a janeiro. No entanto, em comparação com fevereiro de 2024, houve um crescimento de 2,25%.
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