Sergipe: pequeno no mapa, grande na resenha

 

Se Sergipe fosse uma novela, seria daquelas gravadas em HD no interior, com trilha sonora de vaquejada e roteiro escrito às pressas no balcão da padaria. A política por aqui tá mais pra cavalgada de vaqueiro doido: um segura a rédea, o outro empina o cavalo e ninguém pear onde estão indo.

Teve de tudo essa semana: prefeito virando mestre de obra, governador cortando fita e abraçando adversário, vereador virando pimenteiro profissional, senador achando que é dublê de Velozes e Furiosos, e até político que tá em tanto lugar ao mesmo tempo que já já ganha altar em igreja de interior: São André das Emendas Imediatas.

Enquanto isso, a saúde pública segue no modo “vai, mas não vai”: contrataram Alok pra tocar, mas tomógrafo que é bom… só no som ambiente mesmo. No HUSE, quem ouve batida eletrônica é o paciente, esperando exame com eco no corredor. E o carro-pipa? Virou carro-poeira de tanto rodar sem molhar nem a esperança.

Lá no fundo, o PT tentou pagar de pacificador, mas Alexandre de Moraes entrou de toga e gritou “acabou a palhaçada”. Já no sertão, quem falou demais foi um tenente coronel da PM, que acabou ganhando folga à força. Porque aqui, verdade demais dá choque e não é no disjuntor.

Ah, e se você piscou, perdeu: tem candidatos se lançando no Senado direto do calçadão de Copacabana, pré-campanha com nome de música de Zezé di Camargo, e gente que acha que vice se escolhe só em 2026… mas já tá até encomendando o terno.

Sergipe, meu caro, não é Estado. É um cordel em looping, onde cada estrofe tem um político tropeçando, um eleitor cansando e um jornalista rindo pra não chorar — ou chorando de rir

 

Nova entrada, conquista local – O governador Fábio Mitidieri entregou nesta quarta-feira (09) a pavimentação e urbanização do trecho da SE-240, que agora liga com segurança e conforto a sede de Santo Amaro das Brotas à rodovia estadual. A obra, de R$ 5,2 milhões, garante uma nova porta de entrada e saída para o município, que passa a ter duas rotas de acesso. Por trás da conquista, o nome do prefeito Paulo César se destaca como mentor da articulação: foi ele quem insistiu, cobrou e acompanhou de perto cada fase do projeto, garantindo que o sonho saísse do papel. Agora, ele e os santamareses têm não só mais mobilidade, mas também mais segurança e dignidade no ir e vir.

Valmir articulou, Marcones entregou – General Maynard está em ritmo de obra e conquista. Na última quarta-feira, dia 09, o governador Fábio Mitidieri visitou o município para acompanhar a construção do Centro de Apoio Comunitário no povoado Leite Neto e anunciar a pavimentação da estrada até o povoado Pinga Fogo, além do alargamento da curva perigosa na saída para Carmópolis. Os investimentos são resultado da articulação do ex-prefeito Valmir de Nira, que colocou as demandas na mesa do Governo do Estado. Já o atual prefeito Marcones Melo vem garantindo que tudo saia do papel e chegue à população. Um começou o jogo, o outro manteve o time em campo. E General Maynard tá ganhando no placar.

Fundação Renascer abre concurso com 32 vagas – A Fundação Renascer de Sergipe lança edital de concurso público no próximo 15 de abril, com 32 vagas para reforçar o atendimento a adolescentes em medidas socioeducativas. São 25 vagas para agente socioeducativo e 7 para orientador social (psicólogos, pedagogos e assistentes sociais). Salários iniciais variam de R$ 2.582,83 a R$ 3.308,76. As inscrições vão de 2 de maio a 9 de junho, e a prova está marcada para 13 de julho. O certame será organizado pelo IDCAP e segue a Lei 9.001/2022. Missão: fortalecer a ressocialização com mais preparo e presença técnica.

Ricardo dá o reajuste e cutuca a Prefeitura: “Agora é com vocês” – O presidente da Câmara de Aracaju, Ricardo Vasconcelos (PSD), foi direto na tribuna: servidor da Casa já teve reajuste de 6%,  agora é a vez do Executivo fazer a lição. O aumento aprovado supera a inflação e vale pra todo mundo: ativos, inativos, comissionados e gratificados. Com a fala afiada e o contracheque em dia, Ricardo lembrou que valorização não se promete, se pratica. E aproveitou pra dar aquele empurrão institucional na prefeita Emília Corrêa: “Tenho certeza que ela está só finalizando os cálculos e logo manda o projeto” , tradução política: o recado foi dado, com classe, mas sem meias palavras. A Câmara fez sua parte. Agora os servidores do município esperam a próxima canetada.

Rodrigo Valadares bota o nome na roda e tem gente engasgando com o café – Enquanto o PL de Sergipe se comporta como um clube fechado com sobrenome na porta, Rodrigo Valadares resolveu chutar o balde da tradição e jogar pra valer: quer o Senado, e não tá pedindo licença. Rodrigo não espera bênção de cacique: entra na conversa, marca presença em Brasília, e virou o nome mais comentado (e vigiado) da disputa. Tem quem torça o nariz, tem quem suba a sobrancelha, mas todo mundo já entendeu: ele tá no jogo. Chamam de ambição. Ele chama de movimento. Enquanto uns fazem política no sussurro, Rodrigo fala alto,  e incomoda, porque aparece. E se incomoda, é porque tá funcionando. Resumo da ópera? O Senado tá logo ali,  e Rodrigo tá passando por dentro, sem pedir chave reserva.

Abraço bom é o dos outros? – Na Festa dos Amigos do Leite, em Poço Redondo, Fábio Mitidieri e Rogério Carvalho  que em 2022 trocavam farpas como se fosse debate com luva de boxe, hoje, se abraçaram como dois brothers. Foi sorriso, tapinha nas costas e o famoso “deixa pra lá”. Agora eles são, oficialmente, amigos do leite. Leite morno? Talvez. Mas bem servido. Só que a pergunta que não cala continua firme: e se fosse Valmir de Francisquinho abraçado com Rogério? Já tinha grupo de zap em chamas, manchete com “acordo suspeito” e meia dúzia gritando “abandono da direita”. Dois pesos, duas medidas. Quando é Fábio, o nome do jogo é “gesto democrático”. Quando é Valmir, vira “incoerência política”. O problema nunca foi o abraço. É quem tá dando — e quem tá com gordura nas pesquisas.

Alok vai tocar. Tomógrafo, não. – O Governo de Sergipe confirmou a contratação do DJ Alok por R$ 970 mil para um show de 1 hora e 15 minutos no Itabaiana Festival 2025, dia 10 de maio. Vai ter luz, fumaça, batida eletrônica e grito de “faz o L”, mas tomógrafo funcionando no HUSE que é bom… segue no modo pause. Enquanto o maior hospital público do estado amarga tomógrafos quebrados e fila de espera por exames essenciais, o som do camarote vai custar caro: o equivalente a 14.264 cestas básicas, considerando o preço médio de R$ 68 por unidade. Ou seja: com o valor do show, dava pra alimentar 14 mil famílias por um mês — ou pelo menos colocar os tomógrafos de volta no jogo. Nada contra música boa. Muito menos contra diversão. Mas quando o paciente espera por uma tomografia e o DJ chega antes do laudo, o problema não é o show. É a prioridade. Alok vai agitar Itabaiana. Já a saúde pública… só com remix de paciência.

Doidão engole pimenta e queima o mandato junto – O vereador “Doidão”, de Macambira, resolveu mostrar serviço… ou quase isso. Em um vídeo que viralizou nas redes, ele aparece virando um frasco inteiro de pimenta, como se fosse shot de responsabilidade parlamentar. Ao lado de André Moura e aliados, Doidão arrancou risadas — não por projeto aprovado, mas por mostrar que atua mais no TikTok que na tribuna. Reeleito com 382 votos, ele segue firme: zero proposta, 100% conteúdo picante. No fim, tá aí o resumo da obra: Doidão arde por dentro… e o eleitor arde por fora. Porque, no Brasil, pimenta no olho do vereador é marketing. No do eleitor, é refresco.

Alan de Mundinho entra em campo pelo Esporte de Itabaianinha – Itabaianinha tem novo camisa 10 na Secretaria de Esportes e Lazer: Alan de Mundinho assumiu o cargo nesta quinta (9), em cerimônia no gabinete do prefeito Eraldo do Frigorífico. Com bola no pé e meta traçada, Alan prometeu promover atividades esportivas que puxem os jovens pro jogo certo: o da saúde, inclusão e lazer de verdade. Ao lado de autoridades locais, do vice-prefeito Elves de Everaldo e do pai, o ex-deputado Mundinho da Comase, Alan mostrou que tem time, torcida e discurso afinado. Agora, é esperar o apito inicial da gestão, porque promessa boa é aquela que sai do vestiário e vai direto pro campo.

Nem papel pra enxugar a mão – “O cenário está pior.” A frase do presidente do Cremese, Dr. Jilvan Pinto Monteiro, resume o clima de indignação após inspeção na Maternidade Lourdes Nogueira, em Aracaju. Segundo ele, faltava até papel toalha para enxugar as mãos, o que, num ambiente hospitalar, beira o inacreditável, ou o inaceitável. A denúncia foi feita ao Jornal da Fan e escancarou o que já não dava pra esconder: problemas graves na estrutura e funcionamento da unidade. A direção da maternidade e a Secretaria Municipal de Saúde disseram que vão responder. Mas por enquanto, quem responde mesmo é o povo, sem atendimento decente e sem sequer um papel pra secar a mão.

Sergipe exporta senadores. Rio de Janeiro, receba! – A política sergipana resolveu inovar em 2026: vamos ter dois candidatos ao Senado… direto do Rio de Janeiro. Isso mesmo. Depois de André Moura fincar bandeira na orla de Copacabana, agora é a vez de Edvaldo Nogueira arrumar as malas para assumir um cargo na Prefeitura do Rio, a convite pessoal do prefeito Eduardo Paes. O convite rolou na transição da presidência da Frente Nacional de Prefeitas e Prefeitos, e veio com direito a elogios, tapinha nas costas e clima de “fica mais um pouco e vamos tomar um mate na praia”. Edvaldo, que está sem cargo desde que deixou a Prefeitura de Aracaju, parece ter encontrado um novo ninho, de frente pro mar, com samba ao fundo e, quem sabe, um voo de volta a Sergipe direto das Laranjeiras para o Senado Federal. A conclusão? Se depender da pré-campanha, o Galeão pode virar o novo Aeroporto de Aracaju.

Anselmo fala, os tarja preta tremem – O artigo de Anselmo Oliveira sobre medicamentos psicoativos em crianças neurodiversas é um tapa de luva no excesso de prescrição e na falta de bom senso. Com dados, clareza e um toque de ironia científica, ele mostra que não dá pra resolver tudo com uma cápsula antes do recreio. Defende alternativas sérias como TCC, ABA, apoio familiar e escolar, e lembra que agitação nem sempre é diagnóstico, às vezes é só criança sendo… criança. Anselmo, ou Mafistardo pros íntimos acadêmicos, é hoje uma das vozes mais respeitadas (e temidas) do Brasil no assunto. Enquanto uns vendem receita fácil, ele entrega consciência. E isso, meu amigo, não tem bula.

André falou, e todo mundo fingiu que não ouviu – André Moura soltou os cachorros: chamou Alessandro Vieira de coisa ruim e Edvaldo Nogueira de covarde e mentiroso. E o que os dois fizeram? Nada. Nem um “tá falando comigo?”. Silêncio digno de missa de sétimo dia. Tá parecendo aquela poesia clássica: Alessandro odiava André, que ignorava Edvaldo, que brigava com Belivaldo, que se estranhava com Jeferson, que se irritava com Zezinho, que não suportava Gustinho, que se afastava de Jorginho… E no meio dessa bagunça, quem vai rindo por fora é André Moura,  o verdadeiro J. Pinto Fernandes da política sergipana, que não tava nem no roteiro e agora tá em todas as cenas. E o governador? Servindo cafezinho. Resumo da novela: a base governista virou um episódio de “Amores Cruzados: versão Palácio”.

Crônicas da Seca: O carro-pipa virou carro-poeira – O deputado Georgeo Passos denunciou que em Monte Alegre, o povo está há 20 dias sem água na torneira. Enquanto isso, o governo gasta R$ 1,5 milhão por mês com carros-pipa em 14 municípios, uma solução emergencial que virou política permanente, com cara de favor e cheiro de voto. Na prática, é isso: carro-pipa pra lá, carro-poeira pra cá, e o sertanejo continua esperando chover dignidade. A deputada Linda Brasil não poupou: chamou o programa Caravana da Água de “paliativo sustentado pela incompetência”. E, sejamos sinceros: quando o nome do programa parece título de trio elétrico e não de política hídrica, já sabemos que o poço é mais fundo.

Rogério Carvalho tenta manobra à la Velozes e Furiosos e acaba no meio-fio da Justiça – O senador Rogério Carvalho (PT-SE) achou que tava em Velozes e Furiosos: Brasília Drift, mas esqueceu que o carro da impunidade já tá sem freio há anos. Tentou uma manobra política cheia de fumaça, barulho e malabarismo legal, mas o resultado foi digno de dublê amador: derrapou bonito e estacionou de cara na faixa da Justiça. No roteiro imaginário de Rogério, ele faria um drift institucional, escaparia pela tangente e sairia do outro lado aplaudido pelos aliados. Só que o juiz desse filme não é o Vin Diesel é o Ministério Público, e eles não compraram ingresso pra essa sessão. Agora, em vez de queimar pneu nos bastidores, Rogério queima o próprio filme. A manobra deu tão errado que nem no multiverso da política ele consegue fingir que “não era com ele”. Enquanto isso, a Justiça só observa, com aquele olhar de fiscal de trânsito que já viu político demais tentando passar no sinal vermelho com cara de quem tá só “exercendo o mandato”.

TJSE discute reajuste com servidores, mas proposta ainda ficou no “vamos marcar outra reunião” – Na segunda reunião com o Sindijus desde que assumiu a presidência do Tribunal de Justiça de Sergipe, a desembargadora Iolanda Guimarães sentou com os servidores pra tratar do reajuste do Auxílio-Saúde. Teve planilha, teve impacto na folha e teve também aquele velho clássico do serviço público: a próxima reunião já tá marcada. Os dirigentes do sindicato apresentaram suas análises, o TJ mostrou os próprios números e, como ninguém saiu convencido (nem com aumento), decidiram empurrar o assunto pra terça-feira, 15/04. Porque nada resolve mais que mais uma reunião, né? Participaram do encontro os cinco diretores do Sindijus, os secretários de Finanças e Planejamento do tribunal, a diretora de Gestão de Pessoas e os juízes auxiliares da Presidência – todos atentos, planilhando expectativas e praticando o esporte favorito de Brasília e redondezas: a arte de negociar em loop.

Concurseiros sem dormir rumo ao TJSE – Com mais de 2.500 inscritos, a prova para Juiz Substituto do TJSE acontece neste domingo (13/04), e já tem gente virando noite, café e código penal. Os portões fecham às 12h30 em ponto, e quem perder o horário só entra no próximo edital (e olhe lá). Entre canetas transparentes e olhos vermelhos de estudo, o clima é de tensão jurídica: concorrência alta, vagas poucas e a esperança pendurada no gabarito. O Judiciário vai tremer, mas por enquanto, quem treme é o concurseiro sem dormir desde quarta. Boa sorte!!!

Edvaldo liga o GPS político e começa a rodar o interior de olho no Senado – O ex-prefeito de Aracaju, Edvaldo Nogueira (PDT), finalmente pegou a estrada literalmente. Depois de ter sido cobrado por “esquecer” o interior em 2022, quando sonhava com o governo, agora ele tenta corrigir a rota e já pavimenta 2026 com participações estratégicas em eventos como o “Sergipe é Aqui”, em Simão Dias. O discurso? Familiaridade com a cidade. A prática? Construção de palanque. E com o aceno ao deputado Gustinho Ribeiro e ao grupo do governador Fábio Mitidieri, Edvaldo mostra que aprendeu: eleição não se ganha só em capital com selfie e hashtag  tem que sujar o sapato de poeira e apertar mão em feira-livre. Pra quem achou que ele tinha pendurado as chuteiras políticas, parece que a corrida pelo Senado começou mais cedo. E, pelo visto, com tanque cheio e mapa do interior na mão.

André Moura: de Itabaianinha ao churrasquinho de Riachão — o homem que parece estar em todos os lugares ao mesmo tempo – Se tem uma figura que desafia as leis da física política em Sergipe, essa figura atende por André Moura. Ontem, o ex-deputado, atual líder e futuro senador nas horas vagas, fez mais check-ins pelo interior do estado do que aplicativo de transporte em hora de pico. Começou o dia em Itabaianinha, ao lado do prefeito Eraldo Moreira, discutindo emendas e projetos com a deputada Yandra Moura. Logo depois, já estava planejando, com toda calma e logística de campanha de guerra, indústrias de confecção para Santo Amaro das Brotas,  porque geração de renda também entra na pauta do dia. Em seguida, voou  ou teleportou? para Arauá, onde participou da Feira Literária e ainda teve tempo para uma resenha política na chácara do prefeito Fábio, entre vereadores, deputados e o Pato Maravilha (que, vamos combinar, só de nome já merece uma menção honrosa no cenário político-lúdico brasileiro). E como ninguém é de ferro, ainda encerrou a sexta-feira com churrasco em Riachão do Dantas, batendo papo com lideranças locais e acertando os ponteiros sobre as demandas do município. Um evento que teve de tudo: política, costela na brasa e até uma parada obrigatória no restaurante de Eraldo Andrade,  aquele tipo de lugar que serve tanto almoço quanto articulação partidária. André Moura parece onipresente em Sergipe. Onde tem prefeito, microfone, churrasco ou projeto em debate, lá está ele, sempre com a fala ensaiada, a proposta na manga e o sorriso de quem já conhece a trilha dos bastidores.

Dr. Fedro Portugal ícone da medicina brasiliera

Parecer Favorável com Louvor, Confete e Aplauso de Pé – Se tem nome que já carrega brilho no próprio som, esse nome é Fedro Portugal. E sejamos francos: com um nome desses, ou você nasce pra ser professor ou pra virar personagem de Platão. No caso do Dr. Fedro Menezes Portugal, ele foi os dois: filósofo na essência, mestre na prática e encantador por vocação. Não era só aula: era espetáculo de conhecimento, com pitadas de humor, alma generosa e conteúdo que grudava mais do que data de prova. Fedro Portugal não dava aula, ele dava sentido à sala. Com aquele sotaque sergipano e a inteligência de quem nunca precisou levantar a voz pra ser ouvido, ele ensinava como quem conta história e formava como quem planta árvore: com raízes fortes e sombra longa. Aliás, não sou só eu que digo isso. Os doutores José Aderval Aragão e Antônio Carlos Sobral Sousa já escreveram sobre Fedro com a emoção que a gente só vê em final de novela boa, daquelas que deixam saudade, não vergonha. Eles descreveram o mestre com precisão cirúrgica e coração escancarado: um homem que não apenas viveu o magistério, ele o enobreceu. E agora, o reconhecimento vem com a força simbólica que carrega gerações: A proposta de nomear o prédio ambulatorial dedicado ao atendimento de pacientes com hanseníase como “Núcleo de Atenção ao Paciente com Hanseníase Prof. Fedro Menezes Portugal” não é apenas justa — é necessária. É dar nome e alma a um espaço de cuidado. É colocar no front da saúde pública um símbolo da educação. É lembrar que conhecimento e compaixão andam de mãos dadas, assim como Fedro sempre andou entre seus alunos, colegas e pacientes, com sorriso no rosto e brilho no olhar. Se alguém merece nome em placa, em prédio, em busto no hall, ou até em estátua com giz na mão e camisa de linho bem passada é o Professor Fedro Protugal. Porque, em tempos tão turvos, brilho e clareza não são só qualidades, são urgências. E Fedro tinha os dois. Em excesso.

PT tenta encenar redenção, mas leva puxão de orelha de Xandão — e o teatro desmorona – Depois de perder a guerra da Anistia no Congresso, o PT resolveu improvisar um último ato teatral: tentar parecer o mocinho arrependido, sensato e conciliador. Petistas votando a favor da proposta, Gleisi Hoffmann soltando pérolas como “é defensável falar em redução de penas do 8 de janeiro”. Tudo bem ensaiado. Quase com trilha sonora de novela das 21h. Só esqueceram de combinar com o STF. E quando se fala em STF, leia-se Alexandre de Moraes, o Xandão que entrou em cena de toga e meteu um plot twist digno de série de tribunal: exigiu retratação imediata. Porque, nesse teatro de Brasília, tem muito ator, mas o roteiro final é dele. Resultado: Gleisi voltou atrás, disse que foi “mal interpretada” (clássico) e declarou que, claro, tudo sobre o 8 de janeiro cabe ao STF decidir. Pois é, o teatrinho mambembe do PT pra colar Lula como grande pacificador tropeçou no altar do autoritarismo institucional. O palco rachou, o público vaiou e o roteiro teve que ser reescrito às pressas.

Já em Lagarto… falou a verdade, foi pro corredor – Enquanto isso, em Lagarto, quem também enfrentou os bastidores do poder foi o tenente-coronel Gilmar, comandante do 7º BPM, que ousou , veja só, falar a verdade. Em plena sessão da Câmara Municipal, expôs o caos da estrutura da PM: viaturas sucateadas, falta de efetivo, e até ausência de materiais básicos. Reação? Não foi condecoração, nem reforço de verba. Foi afastamento sumário. Falou demais, general. Aqui, transparência tem preço, e o preço é o corredor administrativo. As palavras de Gilmar ecoaram onde doeram, e como toda verdade inconveniente, foram tratadas como insubordinação. Fica claro: no Brasil, ou você encena o teatro do poder, ou é expulso do palco.

Emília Corrêa tira 10 dias de licença e deixa Aracaju nas mãos de Ricardo Marques – A prefeita de Aracaju, Emília Corrêa (PL), anunciou que vai tirar um merecido (e não remunerado) descanso de 10 dias a partir de amanhã, 12. A justificativa? O mesmo motivo que faria qualquer ser humano largar o gabinete por uns dias: passar um tempo com a família no feriadão da Semana Santa. “Faz muito tempo que não consigo estar com a minha família”, disse Emília, provavelmente olhando pro calendário e pensando: “se não for agora, só em 2027”. Durante esse intervalo, quem assume o volante da cidade é o vice-prefeito Ricardo Marques (Cidadania), que também acumula a Secretaria de Comunicação e, aparentemente, o dom da diplomacia em frases de efeito. Segundo ele, é hora de garantir que “Aracaju continue sendo essa nova cidade que começou em 2025” — o que pode soar um pouco estranho pra quem já mora aqui desde antes do réveillon. Entre descanso merecido e discursos inspirados, o fato é que Aracaju seguirá funcionando (ou quase) enquanto a prefeita recarrega as baterias e o vice aquece os motores da titularidade temporária.

Rodrigo Valadares lidera apoio à urgência da Anistia na bancada sergipana – O deputado Rodrigo Valadares (UB) liderou o grupo dos quatro parlamentares sergipanos que assinaram o requerimento de urgência para o projeto de anistia aos envolvidos no 8 de janeiro. Ao lado dele, também apoiaram o pedido Nitinho Vitale (PSD), Ícaro (PL) e Thiago de Joaldo (PP). Com as assinaturas, o requerimento alcançou as 259 necessárias para ser protocolado. A medida não aprova o projeto, mas permite que ele vá direto ao plenário, sem passar pelas comissões. Em um tema cercado de polêmicas e pressões, Rodrigo se destacou como liderança clara e firme da bancada sergipana, defendendo que o Congresso tenha voz ativa na discussão — e não apenas assista de camarote as decisões do Judiciário.

Candidatura de Eduardo é ordem de Edvan, e Emília já disse amém – A prefeita de Aracaju, Emília Corrêa (PL), sinalizou apoio à pré-candidatura de Eduardo Amorim ao Senado, num vídeo que mais pareceu cumprimento de missão. Nos bastidores, está claro: a candidatura é uma exigência do irmão e comandante do PL em Sergipe, Edvan Amorim, e Emília, que deve politicamente ao grupo, já entrou na linha de apoio. Enquanto isso, Rodrigo Valadares, nome forte do conservadorismo e possível adversário interno, vem se estranhando com a direção do PL e pode acabar migrando para os Republicanos, partido ideologicamente próximo e que tem Tarcísio de Freitas como referência. Com a máquina da prefeitura a favor e o caminho aberto por Emília, Eduardo quer voltar ao Senado sem desgaste, tanto que nem assumiu cargo na gestão em 2024. Já Rodrigo pode ser empurrado pra fora da legenda… ou pra dentro da briga.

Corrida pela vice já começou, e Jeferson Andrade ainda é o nome mais forte no grupo – Apesar do discurso de que a escolha do vice só será feita em 2026, o governador Fábio Mitidieri (PSD) sabe que a disputa já está a todo vapor nos bastidores. Com tantos nomes ventilados como de Yandra Moura a Márcio Macedo, passando por Laércio e Eduardo Amorim, Anderson de Zé das Canas e Fábio Reis (PSD), Sérgio Reis e Priscila Felizola e cia, a disputa pela vaga de vice virou quase um reality político. Mas, no meio dessa movimentação frenética, um nome ainda se destaca pela eficiência, discrição e serenidade: Jeferson Andrade. Presidente da Alese, tem trânsito livre no grupo, postura equilibrada e visão institucional que agrada tanto a base quanto ao próprio governador. Sem barulho, sem holofote forçado, Jeferson tem feito o dever de casa e mostrado que, enquanto uns correm, ele constrói. Em tempos de muita agitação e vaidade política, pode ser que o critério mais valorizado por Fábio seja justamente a calma de quem sabe esperar.

A dupla impossível! AM x EN

A Nota da Semana – “Cristo Redentor, segura essa chapa (se puder)”

Se a política sergipana fosse novela, essa semana a gente assistia um crossover inédito: “Avenida Brasília com Cristo Redentor – rivalidade, ambição e um trocadilho por minuto.” O plot? Senta que lá vem: André Moura, ex-deputado, ex-articulador de meio mundo e atual figura onipresente no interior de Sergipe, é o secretário de Governo  e Articulação Política do Rio de Janeiro.

Mas não pense que ele responde a Eduardo Paes, não. André é homem de confiança do governador Cláudio Castro. Sim, o Cláudio Castro mesmo, aquele que Eduardo Paes só não xinga com todas as letras porque ainda dá entrevista pra TV aberta. A relação entre os dois é tão amistosa quanto briga de vizinho por som alto: Eduardo odeia Cláudio. Cláudio não suporta Eduardo. E no meio dessa treta estadual… tá lá André, de crachá no peito e GPS voltado pro Senado por Sergipe.

E aí entra Edvaldo Nogueira, o zabumbeiro da política, o homem do sorriso largo e do discurso alinhado até no improviso. Foi convidado por Eduardo Paes pra assumir uma secretaria na Prefeitura do Rio, direto das mãos do rival político de seu quase-colega André. Ou seja: Enquanto André serve a Cláudio Castro… Edvaldo vai servir ao Eduardo Paes.

E aí alguém (com muito otimismo ou pouca informação) perguntou: “E se essa dupla virasse chapa ao Senado por Sergipe?” Vamos recapitular?: André detesta Edvaldo. Edvaldo faz questão de ignorar André. Eduardo Paes odeia Cláudio Castro. Cláudio Castro despreza Eduardo Paes. E o Cristo? Tá de braços abertos, mas já pensando em cruzá-los de exaustão.

Se virar chapa mesmo, pode batizar de: “André & Edvaldo – Unidos pelo Voto, Separados por Tudo”. Na prática, a única coisa que os dois têm em comum é a vontade de subir a rampa do Senado. Mas se depender de afinidade, é mais fácil o Cristo piscar do que eles dividirem palanque com sorriso verdadeiro.

“Cristo Redentor, braços abertos sobre a Guanabara…”. Mas atenção: a abertura pode ser simbólica, porque pra juntar essa dupla, só milagre — e dos grandes. A pré-campanha sergipana virou novela carioca. E o Cristo, que era símbolo de paz, agora é o único com paciência suficiente pra assistir tudo isso sem jogar uma pedra.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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