A Apple decidiu encher aviões com iPhones para driblar o aumento de tarifas de importação impostas pelos Estados Unidos, em uma manobra logística realizada no fim de março. A gigante da tecnologia fretou cinco aviões cargueiros com produtos vindos da China e da Índia com destino aos armazéns americanos.
A operação foi realizada às pressas nos últimos três dias de março, com o objetivo de evitar a tarifa-base de 10% anunciada pelo governo do então presidente Donald Trump, que passou a valer a partir de 5 de abril. A informação foi revelada pelo The Times of India.
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Carga de emergência garante estoque por meses
Com isso, a Apple garantiu um estoque de iPhones e outros produtos suficientes para abastecer seus centros de distribuição nos Estados Unidos por alguns meses. A medida evita, pelo menos temporariamente, o impacto direto do aumento das tarifas sobre os preços finais ao consumidor.
Segundo fontes do jornal indiano, os produtos que chegaram antes da nova taxação foram tributados com alíquotas mais baixas, o que “vai proteger a empresa, por um tempo, de preços mais altos nos novos carregamentos afetados pelas tarifas revisadas”.

A estratégia da Apple visa evitar aumentos imediatos de preços. A maioria dos dispositivos da empresa, como iPhones, iPads e acessórios, ainda é fabricada em países asiáticos como China, Índia e Vietnã — todos impactados pelas novas tarifas.
Tarifas pesadas podem encarecer iPhones
A partir de 9 de abril, mercadorias oriundas da China passaram a ser tarifadas em 54%; do Vietnã, em 46%; e da Índia, em 26%. No caso da China, os 54% resultam da combinação de uma tarifa anterior de 20% com uma nova de 34%.
De acordo com estimativas da Rosenblatt Securities, os custos de produção do iPhone podem atingir até US$ 2.300, caso os impactos das novas tarifas sejam repassados integralmente ao consumidor final. Atualmente, o modelo mais caro da Apple, o iPhone 16 Pro Max, custa até US$ 1.599.
Apple evita impacto imediato nos preços
Com a carga antecipada, a Apple consegue ganhar tempo para planejar outras medidas de mitigação, como realocar a produção ou renegociar custos com fornecedores. Além disso, evita um choque de preços no mercado americano, que ainda é um dos mais relevantes para suas vendas.
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A tática da empresa da maçã não foi isolada. A Nintendo, por exemplo, também antecipou embarques para os Estados Unidos com o mesmo objetivo. A empresa japonesa de games enviou, segundo o Financial Times, mais de 383 mil unidades do console Switch 2 em apenas cinco dias de janeiro.
Custo do transporte aéreo compensa urgência
No caso da Apple, o uso de aviões, apesar de mais caro que o transporte marítimo, se mostrou vantajoso diante da urgência em escapar das tarifas. A logística aérea permitiu que os produtos fossem desembarcados nos EUA antes do prazo limite.
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A medida reforça a dependência da Apple em sua cadeia de suprimentos asiática, apesar dos esforços recentes para diversificar a produção, principalmente na Índia. Ainda assim, os EUA continuam como mercado-chave, onde qualquer elevação de preços pode impactar a demanda.
Empresas se adaptam à nova realidade comercial
A operação relâmpago mostra a complexidade da geopolítica comercial e como grandes empresas de tecnologia estão adotando ações cada vez mais ágeis e criativas para proteger seus lucros em meio às disputas tarifárias globais.

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Fonte: The Times of India