Brasil atende demanda externa de alimentos, mas infraestrutura é percalço

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Crises de abastecimentos estão afetando países como EUA e Vietnã. A subida de valor nos alimentos tem levado países emergentes e agrícolas, como o Brasil, a explorar novas fronteiras. A abertura do mercado vietnamita ao setor bovino brasileiro traz uma mensagem para o mercado em nível nacional.

Para Fábio Lousada, economista e planejador financeiro da Eu me Banco, era chegada hora de o país ter o devido reconhecimento internacional na sua estrutura de alimentos.

“O Brasil tem investido significativamente em tecnologia agrícola e práticas sustentáveis, o que tem melhorado a produtividade e a qualidade dos produtos. Essa evolução tem contribuído para a percepção do país como um fornecedor confiável no mercado internacional”

O economista e consultor financeiro André Mirsky, destaca a variedade de produtos primários que o Brasil oferece a mercados consumidores. A adaptação ao câmbio favorece a competitividade do lado brasileiro.

Contudo, ambos consideram que o alto custo do transporte, causado por estradas precárias e a falta de investimentos em ferrovias e portos, cria gargalos no escoamento da produção.

A consolidação da nova conjectura de comércio depende ainda mais de investimentos do lado brasileiro. Mirsky explica que uma burocracia ultrapassada e uma alfândega custosa atrasam as exportações, elementos que consumidores externos observam como graves na missão de abastecimento global.

Alimentos precisam de rastreabilidade e certificação

Muitos alimentos ainda sofrem com barreiras sanitárias que impedem o consumo próprio para a população de outras regiões. Mesmo sendo usado como alimento para animais, há uma oportunidade perdida de maximizar lucros na opinião do especialista

“O Brasil precisa investir em rastreabilidade e certificação, garantindo que sua produção atenda aos padrões internacionais de qualidade e sustentabilidade”, reforçou.

Ainda segundo o consultor, a dependência de insumos importados e as barreiras comerciais e sanitárias servem como contrapeso, impedindo uma alavancagem maior no exterior.

“Os custos de produção também pesam, especialmente devido à dependência de insumos importados, como fertilizantes, que estão sujeitos a oscilações do mercado internacional”, resume

Inflação afeta as duas frentes

A inflação global tem impacto os custos de produção do primeiro setor, com oscilações de energia e logística de transporte. Segundo Lousada, encontrar caminhos para mitigar esses elementos é importante.

Mirsky conclui lembrando que os juros afetam as duas frentes do agronegócio: “Embora o dólar valorizado favoreça as exportações, os juros elevados encarecem o crédito, dificultando investimentos na modernização do setor e na expansão da produção.”

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