Pauta única facilita cobrança aos governos

editorial

Já na sua primeira edição, quando tratava das suas razões e de seus objetivos, a Tribuna destacava a importância da integração regional, por ver nessa união a melhor forma de sensibilizar os gabinetes de Brasília e de Belo Horizonte. A Zona da Mata e o seu entorno, como Vertentes e Mantiqueira, ficam no final da fila quando se trata de ações oficiais. E pouco mudou.

Há várias explicações para além da tradicional birra com Juiz de Fora e os demais municípios sob o seu raio de influência, a começar pela inação de lideranças políticas, que, em vez de um trabalho conjugado, preferem percorrer os mesmos gabinetes isoladamente, talvez na busca de algum protagonismo, especialmente em anos de eleição.

A intenção é boa, mas os resultados ficam aquém da necessidade dos municípios, muitos deles dependentes de repasses do Fundo de Participação dos Municípios e de emendas parlamentares. Ambos são importantes, mas as demandas vão além.
Ademais, a maioria dos municípios não tem estrutura capaz de produzir projetos para sensibilizar as áreas técnicas, que só dão retorno quando a proposta é justificada tecnicamente. De novo, ficam dependentes dos parlamentares.

A realização de fóruns de discussão sempre foi bem-vista, mas até mesmo esses precisam de mudanças, para produzir resultados. Desde a distante Carta de Maripá, ainda nos anos 1970, até eventos mais recentes, vários estudos fizeram o diagnóstico da região, apontando basicamente para as mesmas questões. E não são poucas. E aí reside um problema: abrir um leque expressivo de demandas não é a forma ideal, pois quem muito pede acaba não recebendo nada.

Por isso, é louvável a iniciativa da Prefeitura de Juiz de Fora em convidar os prefeitos e as prefeitas da região para o encontro marcado para o dia 14 de abril, no Museu de Arte Moderna, no qual haverá uma pauta fechada para ganhar consistência. Há cerca de 15 dias, a prefeita Margarida Salomão e seu vice, Marcelo Detoni, tiveram uma conversa preliminar com seus pares para indicar que neste primeiro evento o foco será a conexão aeroviária.

E faz sentido, pois a região tem um aeroporto moderno, mas esbarra no acesso. Em visita à Tribuna, Margarida destacou que se gasta mais tempo na locomoção entre Juiz de Fora e o Aeroporto Presidente Itamar Franco – entre as cidades de Goianá e Rio Novo – do que entre este e Viracopos, em Campinas. O motivo é a precária acessibilidade promovida pela MG-353, além de velhos problemas apontados pelo jornal, como a via que faz a conexão desta com a BR-040. O trecho não tem pista duplicada, a sinalização é precária, e o trevo de ligação da AMG-3085, com a BR-040, na Barreira do Triunfo, não foi concluído.

Quando definiu a construção do aeroporto, o então governador Itamar Franco destacou que ele seria um indutor do desenvolvimento. Ele pode até mesmo ser um terminal industrial, mas hoje a ligação com o Porto Seco não garante o acesso a veículos de maior porte.

Isto posto, o encontro deve ser próprio para se traçar estratégias para levar esta demanda ao Governo de Minas e ao Governo federal, pois ambos, definidas as respectivas competências, devem atuar para que o propósito de Itamar se realize.

O post Pauta única facilita cobrança aos governos apareceu primeiro em Tribuna de Minas.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.