BC eleva Selic para 14,25%, maior patamar desde 2016, e indica alta menor na próxima reunião

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidiu aumentar a taxa básica de juros em 1 ponto percentual (p.p.), o que eleva a Selic a 14,25% ao ano, maior patamar desde 2016.

A decisão vem em linha com o esperado pelo mercado.

Na última reunião do Copom, menções à desaceleração da atividade econômica foram a grande surpresa. Apesar disso, os analistas ainda não enxergam uma recessão como provável.

“Recessão em 2025 é muito improvável. O crédito consignado privado e uma safra boa devem prevenir isso. O cenário de desaceleração brasileira que o Copom comentou continua em andamento, mas alguns dados do início do ano sugerem que essa desaceleração não será tão rápida”, comenta Igor Barenboim, economista-chefe da Reach Capital.

Em pesquisa com investidores, o Bank of America (BofA) constatou que dois terços apontam que a taxa de juros atingirá o pico entre 14,25% e 15%. A tese é de que ‘a atividade mais fraca e fortalecimento do real podem conter as expectativas de inflação no Brasil e abrir caminho para menos aumentos do que o esperado anteriormente’.

A XP avalia que, do lado baixista, indicadores de atividade ficaram aquém do esperado e a taxa de câmbio se estabilizou, mas, por outro lado, a inflação ao produtor e ao consumidor seguem pressionadas, e as expectativas inflacionárias continuam em trajetória de alta.

A expectativa da casa é de uma Selic em 15,50% em junho, após altas de 1p.p., 0,75p.p. e 0,50 p.p. nas próximas três reuniões do Copom.

Juros nos EUA

O Federal Reserve (Fed), o banco central dos Estados Unidos, decidiu pela manutenção da taxa básica de juros do país na faixa de 4,25% a 4,50% ao ano, conforme esperado pelo mercado.

De acordo com o comunicado do Fomc (o comitê de política monetária), a indicação é de uma redução de 0,50 ponto percentual da taxa até o final deste ano em um contexto de desaceleração do crescimento econômico e, eventualmente, de uma queda da inflação.

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Levando em consideração o anúncio de tarifas pelo governo Trump, autoridades do Fed aumentaram suas projeções para a inflação este ano, com sua medida preferencial de alta dos preços prevista para terminar o ano em 2,7%, em comparação com alta de 2,5% estimada em dezembro. O Fed tem como meta uma inflação de 2%.

No entanto, eles também reduziram a projeção de crescimento econômico para este ano de 2,1% para 1,7%, com uma taxa de desemprego ligeiramente maior no final deste ano.

(em atualização)

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