Estoque de COE atinge R$ 90 bi; vale a pena investir?

Foto: Reprodução

Embora os COEs (Certificados de Operações Estruturadas) ainda não gozem da mesma popularidade entre investidores pessoas físicas que outros produtos financeiros, como ações, títulos públicos e até CDBs (Certificados de Depósito Bancário), eles têm conquistado espaço no mercado. 

Esses investimentos se mantêm como uma recomendação frequente por assessores de investimentos, especialmente para novos clientes de plataformas ou instituições financeiras.  

O crescente interesse tem se refletido nos números: o estoque de COEs atingiu R$ 90 bilhões em 2024, e a média diária de operações registradas na B3 foi de 1.092, marcando uma alta de 16% em comparação com 2023.

Com base nas informações da bolsa de valores brasileira, o Valor Investe analisou as opções disponíveis no mercado e destacou alguns aspectos essenciais que os investidores devem compreender. Isso se torna ainda mais relevante, considerando que se trata de um produto que não é simples de entender.

COEs: o que o investidor precisa saber

Ao contrário dos fundos de investimento, os COEs possuem um prazo de vencimento, que é o tempo necessário para que o cenário projetado se realize (ou não). Além disso, algumas estruturas podem prever a verificação das condições em períodos intermediários, como a cada seis meses.

Desde seu lançamento, o COE tem sido descrito como uma “combinação de renda fixa e renda variável”, pois oferece a possibilidade de um retorno superior à taxa Selic, enquanto garante que o investidor não “perderá dinheiro” caso o cenário previsto não se concretize. 

Em relação ao volume de COEs emitidos, 97% são do tipo capital protegido, ou seja, garantem a devolução do valor investido no final do prazo, mesmo que sem juros ou correção pela inflação.

Contudo, como em qualquer investimento, existem pontos de atenção. O primeiro é que, em um cenário positivo, o investidor nem sempre recebe todo o ganho gerado. Em algumas estruturas, por exemplo, o retorno do índice escolhido precisa ultrapassar 10% para que o investidor comece a ter lucro.

Até esse valor, ele só recebe o valor investido de volta, sem juros ou correção. Em outras situações, há COEs com um teto de ganhos. Se a variação do indexador ultrapassar esse limite, o ganho do investidor é restrito a esse valor máximo.

O segundo ponto é que, no caso de um cenário negativo, o “dinheiro de volta” geralmente não vem com correção, ou a rentabilidade é inferior às taxas de mercado, o que pode resultar em uma perda maior, especialmente quando o prazo de investimento é mais longo.

Com as taxas de juros atuais, por exemplo, receber o capital de volta após dois anos pode representar uma perda de aproximadamente 30%.

De acordo com os dados da B3, 90% dos COEs têm prazos que variam entre dois e seis anos. A consequência disso é que o investidor fica com o dinheiro “preso” durante todo esse período, uma vez que os COEs não são produtos facilmente negociáveis no mercado, possuindo baixa liquidez.

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