Ibovespa derrete quase 1% após vazamento de Caged

Ibovespa cai
Ibovespa / Foto: CanvaPro

O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, afirmou nesta segunda-feira (24), que o Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) mostrará a criação de mais de 100 mil empregos no mês de janeiro. Após essa notícia, o Ibovespa – principal índice acionário brasileiro – piorou o desempenho negativo e caiu 1,04%, por volta das 15h50 (horário de Brasília).

A divulgação oficial do Caged de janeiro está marcada para a quarta-feira (26), informou o ministro.

“Quarta-feira desta semana vamos anunciar o Caged de janeiro. Saiba que o Caged de janeiro vem com mais de 100 mil empregos criados no mês de janeiro deste ano, começando o ano gerando emprego de qualidade”, disse Marinho em um evento ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. 

“E vamos repetir no ano inteiro, a partir do comando do presidente Lula, liderar o conjunto de investimento no Brasil”, prosseguiu ele, segundo o “Valor”.

O Caged é um sistema do governo criado para registrar informações sobre admissões e demissões de trabalhadores com carteira assinada no país. 

O Ministério do Trabalho e Emprego utilizam esses números para acompanhar a movimentação do mercado de trabalho formal e produzir estatísticas sobre o emprego no Brasil.

Por que o Caged influencia negativamente o Ibovespa?

Uma das maiores preocupações do mercado financeiro com a economia do Brasil desde o ano passado tem sido a inflação. A criação de novos empregos, expressa pelo Caged, indica que a renda da população seguirá aumentando, assim como a demanda, o que pressiona a oferta de bens de consumo e, consequentemente, a inflação. 

Sendo assim, quanto mais alto forem os dados do Caged, pior para o Ibovespa. O número antecipado pelo ministro Marinho é muito superior ao esperado pelos especialistas consultados pela “Reuters”, algo em torno de 48.000 novas vagas de emprego no período.

Inflação persistente corrói otimismo do mercado

inflação crescente vem corroendo as expectativas do mercado financeiro e forçando o BC (Banco Central) a manter uma postura conservadora, com projeções de 5,65% para 2025 e um cenário de juros elevados, o que desafia o crescimento econômico no Brasil.

ambiente doméstico continua sendo marcado por uma inflação resistente, com analistas revisando para cima as projeções de preços e destacando os impactos da taxa de juros elevada no consumo e no crescimento econômico. 

O Boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira (24), revelou o 19º aumento consecutivo nas expectativas de inflação, que subiram de 5,60% para 5,65% para 2025, mantendo-se acima do teto da meta do BC.

A elevação de 100 pontos-base na Selic, que agora está em 13,25%, reflete uma postura conservadora da autoridade monetária diante da pressão inflacionária.

Pedro Ros, CEO da Referência Capital, apontou que “a revisão para cima das projeções do IPCA sinaliza que a dinâmica inflacionária, especialmente em serviços e alimentos, continua resistente, mesmo diante de uma Selic elevada”. 

Para o executivo, o controle da inflação continua sendo um desafio importante para a economia brasileira.

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