Fundos de renda fixa seguem na dianteira do segmento para 2025

Foto: CanvaPro

Os investimentos em renda fixa atraíram todos os olhares do mercado financeiro no ano passado, ao passo que os indicadores econômicos de inflação e juros entraram em rota de ascensão. Alguns dos ativos que mais se beneficiaram com isso foram os fundos de renda fixa, cuja captação bilionária tem ajudado a segurar uma sangria no segmento.

Conforme dados da Anbima (Associação Brasileira de Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais), em janeiro os fundos de renda fixa tiveram uma captação positiva de R$ 39,5 bilhões, o que influenciou na desaceleração dos resgates nas demais classes de fundos no mês.

A Anbima acredita que os fundos de renda fixa serão os motores da indústria este ano, avaliação reforçada por outros especialistas consultados pelo BPMoney.

“Neste momento a renda fixa brasileira está pagando muito bem, e isso tira o brilho da renda variável gerando um movimento intenso de migração do dinheiro das ações para os títulos e fundos de renda fixa”, disse Felipe Sant´Anna, especialista em mercado da Star Desk.

Enquanto isso, Jeff Patzlaff, planejador financeiro CFP®️ e especialista em Investimentos, pontuou para a relevância dos rendimentos atrelados aos títulos públicos e privados, com a elevação da Selic puxando os retornos com esses ativos, e incentivando a migração dos investidores ao menor risco.

Fora dos fundos de renda fixa

Apesar dos fundos de renda fixa terem ajudado a segurar os resultados negativos de outros ativos da indústria, com os resgates líquidos em janeiro fechando em R$ 16,9 milhões ante os R$ 147,6 milhões de dezembro, a perspectiva segue sendo negativa. 

Na classe dos fundos multimercado – aqueles que reúnem ativos de variados tipos em uma única carteira, incluindo ações e moedas – Felipe Sant´Anna acredita que a performance não deve ter melhora, mesmo com os gestores buscando a diversificação, pois as ações da Bolsa brasileira não conseguem se recuperar de forma “robusta e que gere confiança”.

“O Ibovespa está patinando há anos, dentro de uma lateralidade que não gera ganhos constantes ao investidor local, por isso, aqueles investidores que buscam conhecimento e entendem minimamente do mercado, acabam retirando seus recursos dos fundos multimercado e buscando uma rentabilidade melhor”, afirmou.

Jeff Patzlaff mostrou uma análise mais aberta, e destacou que uma possível recuperação dos fundos multimercado dependerá da capacidade dos gestores em adaptar suas estratégias ao andamento atual da economia. 

“Se conseguirem demonstrar resiliência e entregar retornos consistentes, acredito que é possível que haja uma retomada na confiança dos investidores e, consequentemente, na captação desses fundos”, comentou.

Expectativas

Depois de um ano de crescimento expressivo na economia brasileira, com o nível de desemprego sendo o menor desde 2012, com as projeções do PIB chegando a mais de 3%, enquanto a renda e a demanda da população também avançaram,  a expectativa é que em 2025 esse movimento desacelere. Além disso, um cenário externo desafiador, com ameaças de uma guerra comercial, pode destacar os fundos de renda fixa ainda mais.

Na análise de Jeff Patzlaff, além de se beneficiar do ciclo de alta da Selic, que pode chegar a 15% ao ano, os fundos de crédito privado – um dos que integram a categoria de renda fixa – podem ser mais atrativos, sobretudo os que investem em empresas com “boa saúde financeira”.

“Fundos multimercados que adotam estratégias diversificadas e com gestão ativa, capazes de se ajustar rapidamente às mudanças do mercado, também podem apresentar bom desempenho, desde que geridos por equipes experientes e com histórico comprovado de sucesso em cenários adversos”, finalizou o especialista.

Enquanto isso, Felipe Sant´Anna apontou que as boas opções para 2025 são os fundos de renda fixa indexados na Selic, na inflação, dólar, Bitcoin e tecnologia norte-americana.

“O Brasil está parado no populismo, na eleição de 2022 e na polaridade. O governo continua expandindo os gastos, aumentando o rombo fiscal e não conseguimos evoluir para atrair capital e investimentos, por isso, investir com juros altos, na aposta de um dólar mais forte e nas gigantes techs americanas, pode ser uma excelente oportunidade”, disse.

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