Governo nega plano de taxar empresas em retaliação a tarifa dos EUA

Ministério da Fazenda, Fernando Haddad (Foto: Flickr)
Ministério da Fazenda, Fernando Haddad (Foto: Flickr)

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, negou nesta segunda-feira (10), a possibilidade de o governo brasileiro taxar empresas de tecnologia norte-americanas em resposta a possibilidade do presidente dos EUA, Donald Trump, elevar as tarifas de aço e alumínio.  

Segundo a agência Reuters, a informação de que Haddad estaria planejado taxar empresas como retaliação a medida anunciada por Trump foi veiculada pelo jornal Folha de São Paulo. O republicano afirmou que introduzirá novas tarifas sobres importações de aço e alumínio para os EUA.

O Brasil é um dos principais fornecedores de aço para os EUA. A medida despertou preocupação no mercado e agitou a bolsa nessa segunda-feira. Haddad declarou que o governo só vai se manifestar com base em ‘decisões concretas’. “Vamos aguardar a orientação do presidente” acrescentou.

Paulo Gala: Brasil deve ser afetado por tarifas recíprocas dos EUA

O Brasil deve ser um dos países mais afetados pela imposição de tarifas recíprocas pelos EUA, anunciada na sexta-feira (7) pelo presidente do país norte-americano, Donald Trump. A implementação da medida colocaria taxas às importações americanas iguais às que os parceiros comerciais impõem às exportações dos EUA.

“E o Brasil, de fato, se destaca como um dos países que mais tarifam os Estados Unidos”, diz o economista-chefe do Banco Master, Paulo Gala.

Segundo dados da OMC (Organização Mundial do Comércio), o Brasil impõe, em média, tarifas de 14% aos produtos dos EUA, o que coloca o país na lista dos que mais tarifam, junto com a Argentina, Paquistão e Bangladesh.

De acordo com Gala, os produtos brasileiros que devem sofrer o maior impacto são o aço e o alumínio, considerando também a tarifa de 25% para esses produtos anunciada por Trump.

Ao mesmo tempo, balança comercial equilibrada é ponto positivo, diz Paulo Gala

Por outro lado, Gala lembra que o Brasil tem vantagens por ter uma balança comercial equilibrada com os EUA. “A gente tem falado muito disso, o Brasil exporta US$ 40 bi para os Estados Unidos e importa US$ 40 bi. Então, naquela lista de grandes déficits comerciais, o Brasil nem aparece”, comenta o economista.

Ainda com projeção de impactos moderados da política tarifária dos EUA para o Brasil e aguardando os próximos passos de Trump, Gala descreve que o mercado abriu “tranquilo” nesta segunda-feira (10).

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