Preço de estacionamentos pesa o bolso dos consumidores

Preco em estacionamentos Felipe Couri

Preco em estacionamentos JF Felipe Couri
(Foto: Felipe Couri)

Os valores praticados pelos estacionamentos em Juiz de Fora têm preocupado os consumidores que utilizam o serviço. Além da alta de preços observada neste início de janeiro, em comparação com o ano passado, a variação da cobrança entre os locais também chama a atenção: a diferença chega a R$ 5 para cada hora do serviço.

A Tribuna percorreu as ruas do Centro, na última semana, e realizou o levantamento de preços em dez estabelecimentos. A hora estacionada custa entre R$ 11 e R$ 16, uma oscilação de 45% entre os locais. De acordo com o relato de consumidores, os preços estão mais altos do que os observados em 2024, quando a variação ficava entre R$ 8 e R$ 10.

A farmacêutica Érika Rodigoli, 42 anos, conta que não tem apreço por fazer uso dos estacionamentos, mas que não se sente segura de estacionar seu veículo na rua, além de encontrar dificuldades na hora de procurar uma vaga. A insatisfação da consumidora se deve ao preço praticado pelos estabelecimentos. No dia anterior à entrevista, ela estacionou o carro por três horas em um estabelecimento, e a conta ficou em R$ 36. Segundo ela, até o ano passado, ela pagava, no máximo R$ 10 pela hora.

O professor Igor Bonze,de 28 anos, usa os estacionamentos de Juiz de Fora, pelo menos, uma vez na semana. Ele alega não conhecer muito bem a cidade, então prefere fazer uso dos estacionamentos, por achar mais seguro e prático. Ele acredita que, justamente, por conta da praticidade e da segurança oferecida pelo locais, os proprietários acabam “explorando o consumidor” na cobrança. Ele relata que já chegou a pagar R$ 40 por ter estacionado durante um período de três horas.

A professora Taís Guinácio Rosa, 31 anos, conta que consegue estacionar gratuitamente no local de trabalho, mas que já chegou a pagar R$ 45 por três horas de uso do estacionamento, e concorda que os preços estão mais altos. Já a auxiliar de departamento pessoal Josiane Penaque, 36 anos, costuma recorrer aos estacionamentos apenas aos fins de semana. Reconhecendo os preços mais altos, ela diz que tenta se adiantar para conseguir uma vaga na Área Azul, mas que é difícil conseguir.

Reclamações não foram formalizadas no Procon

Apesar do descontentamento dos consumidores, a da Agência de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon-JF) não recebeu denúncias ou reclamações formais acerca da alta dos preços nos estacionamentos da cidade nos últimos dois anos.

Em contato feito pela Tribuna, a assessoria informou que apenas três queixas foram realizadas em 2024, sendo uma sobre má qualidade do serviço prestado, uma sobre imposição de multa indevida não prevista em contrato e uma sobre dificuldade de reclamação com o estabelecimento. Já em 2023, duas reclamações foram registradas, sendo uma sobre má qualidade do serviço prestado e outra sobre cobrança indevida.

O Procon  afirma que o mercado dos estacionamentos é liberal, ou seja, não há um limite de quanto o valor pode ser aumentado em um determinado espaço de tempo. A assessoria explicaque um “aumento abusivo” se caracteriza como sem justificativa para tal.

Assim como o Procon, o coordenador do Serviço de Defesa do Consumidor (Sedecon), Nilson Ferreira, explica que o aumento do preço não se caracteriza como abusivo se houver uma justificativa para tal, como despesas para manutenção do estabelecimento, por exemplo. “O preço abusivo só é caracterizado se há um aumento em uma determinada época, como dezembro e janeiro, e depois há o retorno para o valor praticado anteriormente”, afirma.

Orientação

A orientação da Fundação Procon é que os consumidores sempre realizem pesquisa de preços a fim de evitar transtornos por conta da variação dos valores praticados para um mesmo produto ou serviço.

* estagiária sob a supervisão da editora Gracielle Nocelli

 

O post Preço de estacionamentos pesa o bolso dos consumidores apareceu primeiro em Tribuna de Minas.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.