Haddad reconhece “problema grave de comunicação” do governo

Ministro Haddad
Foto: Alessandro Dantas/Fotos Públicas

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), reconheceu nesta terça-feira (7) que os rumos da comunicação do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com o mercado e a sociedade precisam ser corrigidos.

Haddad defendeu ser necessário que o Executivo federal se “comunique melhor”, sendo mais “coerente” e “resoluto”.

“Primeiro, nós temos que nos comunicar melhor e eu venho dizendo isso há muito tempo. O governo tem de ser muito coerente e resoluto na sua comunicação. Não podemos deixar brecha para os resultados que nós queremos atingir”, disse o ministro em entrevista ao programa Estúdio i, da “GloboNews”.

“Nós tivemos um problema grave de comunicação. O mercado está muito sensível no mundo inteiro. O que o mundo está vivendo não é uma situação normal. O mundo vem em uma instabilidade muito grande, e os mercados estão nervosos no mundo inteiro”, completou Haddad. 

Os anúncios feitos pelo Governo Lula nos últimos meses de 2024, foram recebidos negativamente pelo mercado financeiro, principalmente se tratando do pacote de medidas de corte de gastos e da isenção do Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5 mil. 

Esses anúncios reforçaram o ceticismo do mercado financeiro quanto ao compromisso da gestão Lula com a responsabilidade fiscal.

“[O pacote fiscal] É um programa de contenção. Nós fizemos um conjunto de medidas de contenção, exatamente para enfrentar esse desafio que apareceu a partir do segundo semestre, quando o crescimento bateu um patamar que começa a preocupar pelo lado da inflação e das contas externas”, explicou Haddad, segundo o “InfoMoney”.

O ministro da Fazenda afirmou que “crescimento é bom, mas temos de olhar para as outras variáveis, como o déficit em transações correntes do Brasil”. 

“Se estamos tendo inflação, porque as importações não têm sido suficientes para cobrir o déficit de oferta, temos de olhar para isso. Essa calibragem tem de ser feita quase diariamente. Você tem de olhar os dados e não deixar o carro sair dos trilhos”, concluiu o ministro da Fazenda.

Haddad: reforma de renda será discutida após eleição no Congresso

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), declarou nesta segunda-feira (6) que o início da discussão sobre a reforma de renda no Congresso Nacional deverá aguardar a eleição da presidência da Câmara dos Deputados e do Senado Federal. A afirmação foi realizada após reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Haddad se encontrou com Lula para tratar da agenda econômica de 2025 e da votação do Orçamento deste ano. Segundo o ministro, a prioridade do governo neste início de ano é a votação da LOA (Lei Orçamentária Anual).

Uma “inconsistência” no projeto da reforma da renda que vem sendo elaborado pelo governo foi identificada pela pasta econômica, disse Haddad no final de 2024. Sobre a solução para a inconsistência, ele respondeu: “Vou saber hoje”.

“A Receita Federal ainda não rodou o novo modelo porque nós estávamos terminando o ano com muitas coisas. Mas isso já deve ficar pronto nos próximos dias”, disse o ministro a jornalistas, segundo a “CNN Brasil”.

Mesmo que o Congresso Nacional não tenha aprovado a LOA em dezembro do ano passado, a União ainda poderá pagar normalmente as despesas obrigatórias ou essenciais, como salários, aposentadorias e estoques dos serviços de saúde.

Porém, de modo geral, outras despesas poderão ficar limitadas a 1/12 do valor previsto por mês, segundo o veículo.

“No começo do ano, é sempre uma discussão mais lenta mesmo ordinariamente. Temos que falar com o relator [senador Angelo Coronel] para ajustar o orçamento às perspectivas do arcabouço fiscal e das leis que foram aprovadas no final do ano passado”, disse Haddad.

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