Dólar fecha a R$ 6,179 e acumula alta de 27% em 2024, a maior dos últimos 4 anos

O dólar fechou em leve baixa ante o real nesta segunda-feira, 30, no que foi a última sessão de negociação de 2024, devolvendo os ganhos de mais cedo após o Banco Central realizar novo leilão de dólares à vista.

O dólar à vista fechou em baixa de 0,22%, aos R$ 6,179. No ano, a moeda norte-americana acumulou alta de 27,36%, maior oscilação desde 2020, quando avançou 29,3% em relação ao real.

O Banco Central vendeu 1,815 bilhão de dólares à vista em um leilão realizado na tarde, após a divisa chegar a bater R$ 6,24.

No leilão, o BC aceitou 14 propostas, com uma taxa de corte de 6,1740, entre às 13h56 e 14h01. Desde 12 de dezembro, quando o BC iniciou uma série de intervenções no câmbio em meio à deterioração do real, foram vendidos 32,59 bilhões de dólares (21,59 bi em leilões à vista e 11 bi com compromisso de recompra).

O real foi uma das moedas que mais se desvalorizarem ante o dólar em todo o mundo no ano, em período marcado pelo acirramento das preocupações do mercado com o cenário fiscal brasileiro e por fatores externos favoráveis à moeda norte-americana.

Nos últimos meses, investidores têm se mostrado cada vez mais receosos com o compromisso do governo em equilibrar as contas públicas, particularmente depois do anúncio duplo pelo Executivo no fim de novembro de um pacote de contenção de gastos e de um projeto de reforma do Imposto de Renda.

Apesar de os três projetos que compõem o pacote terem sido aprovados pelo Congresso neste mês e de o debate sobre mudanças no IR ter sido adiado para 2025, agentes financeiros ainda questionam a efetividade das medidas na contenção das despesas e duvidam da determinação do governo em reduzir a dívida pública.

Máxima no ano bateu 6,2679 reais

No cenário externo, o ano de 2024 apresentou outros fatores desfavoráveis para a moeda brasileira, a começar já nos primeiros meses com a quebra das expectativas dos mercados globais por uma série de cortes na taxa de juros pelo Federal Reserve.

Em janeiro, operadores projetavam até seis reduções de juros pelo banco central dos Estados Unidos, acima dos três cortes — 100 pontos-base acumulados — que realmente ocorreram, o que provocou ganhos nos rendimentos dos Treasuries ao longo do ano, valorizando o dólar.

A moeda norte-americana também foi favorecida pela vitória do republicano Donald Trump na eleição presidencial dos EUA em novembro, uma vez que suas promessas de campanha, incluindo tarifas e cortes de impostos, são consideradas inflacionárias por analistas, o que pode manter os juros elevados no país.

Tensões geopolíticas também contribuíram para os fortes ganhos do dólar, com notícias vindas da guerra na Ucrânia e dos conflitos entre Israel e os grupos militantes Hamas e Hezbollah no Oriente Médio gerando temores de confrontos militares mais amplos.

Na esteira do pessimismo do mercado, o dólar ultrapassou o valor nominal de 6 reais pela primeira vez na história em novembro e atingiu a cotação máxima histórica de 6,2679 reais no mês de dezembro.

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