Com Foz na rota, PF faz operação contra crimes financeiros de R$ 6 bilhões

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A Polícia Federal (PF) deflagrou a operação Tai-Pan contra grupo acusado de crimes financeiros, que teria movimentado R$ 6 bilhões nos últimos anos. São cumpridos 57 mandados de busca e apreensão, nesta terça-feira, 26, em várias cidades e estados, incluindo Foz do Iguaçu, na fronteira.

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Os ilícitos apontados são de evasão de divisas e lavagem de dinheiro. A investigação aponta que, somente neste ano, a movimentação ilegal somou R$ 800 milhões. A apuração mira três fintechs que teriam operado para as mais diversas organizações criminosas, diz a PF.

A investigação começou em 2022, identificando o que a polícia tachou de “complexo sistema bancário paralelo e ilegal”. A movimentação bilionária ocorria do país e a partir ou para nações como EUA, Argentina, Paraguai, Dubai, países europeus e, especialmente, Hong Kong e China.

Estão enredadas pessoas físicas e jurídicas. O líder promovia a abertura de empresas e contas bancárias com capacidade de movimentação de R$ 2 milhões por dia. O esquema envolve brasileiros e estrangeiros, inclusive policiais, gerentes de bancos e contadores.

“O objetivo era atender um fluxo constante de dinheiro para o território chinês, mas atendia a qualquer pessoa que quisesse ocultar capitais, lavar dinheiro ou enviar ou receber dinheiro do exterior”, cita a PF. Há indícios de participação do tráfico de drogas e de armas.

Entre os meios utilizados pela organização estão:

  • boletagem, uso de empresas de fachada e de terceiros como laranjas e testas de ferro;
  • falsificação de documentos de importação e exportação;
  • pulverização de operações bancárias;
  • operações de câmbio fraudulentas, coleta de dinheiro em espécie em estabelecimentos comerciais de varejo e dólar-cabo;
  • lavagem de dinheiro usando fintechs, contas bolsões e transposição de recursos para criptoativos, especialmente stablecoins (USDT e USDC).

Balanço

A operação Tai-Pan reúne 200 policiais federais para cumprir 16 mandados de prisão preventiva e 41 de busca e apreensão expedidos pela Justiça Federal. São endereços residenciais e comerciais nos estados de São Paulo (Campinas, Cajamar, Guarulhos, Itaquaquecetuba e São Paulo), Distrito Federal (Brasília), Espírito Santo (Vila Velha), Paraná (Foz do Iguaçu), Ceará (Fortaleza), Santa Catarina (Florianópolis e São José) e Bahia (Feira de Santana).

Esses novos modelos e instrumentos de lavagem e evasão permitiram à organização saltar de milhões para valores na casa de bilhões de reais. Além das prisões e das buscas, a operação contempla o bloqueio de bens e valores acima de R$ 10 bilhões, de mais de 200 pessoas jurídicas. Os investigados irão responder principalmente por organização criminosa, ocultação de capitais (lavagem de dinheiro) e evasão de divisas, cujas penas somadas podem passar de 35 anos de prisão.

Operação

Tai-Pan remete a chefe supremo, referência a uma obra literária ambientada no século 19. Refere-se a um “empresário responsável pelo transporte e comercialização de mercadorias chinesas para o mundo”, explica a Polícia Federal, sobre o nome dado à operação.

Todas as informações são da Polícia Federal, repassadas à imprensa.

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