Banco do Brasil (BBAS3): lucro cresce 8,3%, mas inadimplência piora

Banco do Brasil
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Banco do Brasil (BBAS3) terminou o terceiro trimestre de 2024 com lucro líquido ajustado de R$ 9,5 bilhões, alta de 8,3% ante o mesmo período do ano passado, segundo balanço divulgado na quarta-feira (13), após o fechamento do mercado.

O número ficou acima da expectativa da Bloomberg, que aguardava lucro de R$ 9,3 bilhões.

Apesar disso, analistas se mostraram preocupados com a inadimplência de 90 dias, que finalizando setembro em 3,3%, contra 2,8% do mesmo período do ano passado.

O destaque foi o índice de inadimplência do crédito agro, que subiu 65 bps, impactado por questões conjunturais que afetaram o fluxo de caixa do produtor rural, majoritariamente na cultura da soja.

As despesas administrativas totalizaram R$ 9,4 bilhões, aumento de 1,4% em relação ao trimestre anterior, reflexo da elevação de 3,8% em outras despesas administrativas e pelo acréscimo de 0,1% em despesas de pessoal.

A provisão para créditos de liquidação duvidosa (PDD), espécie de proteção contra calotes, ampliada aumentou em 34,2%, para R$ 10 bilhões, “explicado, principalmente, pela elevação da inadimplência no segmento agro”, segundo o banco.

Mais dados do 3TRI24 do Banco do Brasil (BBAS3)

Uma junção de crescimento da margem financeira bruta (+1,3%) e das receitas com prestação de serviços (+2,8%), acompanhado pelo controle das despesas administrativas (+1,4%), ajudou a impulsionar os números, segundo a estatal.

Apesar disso, após trimestres consecutivos de alta, o ROE (retorno sobre o patrimônio líquido) perdeu força e caiu para 21,1%, ante os 21,3% do ano passado e 21,6% do trimestre passado.

Mesmo assim, a estatal encerra a safra de resultados dos bancões com o segundo maior ROE (retorno sobre o patrimônio líquido), atrás do Itaú (ITUB4), que finalizou o período com rentabilidade de 22,7%.

O BB segue na frente do Santander (SANB11), com ROE de 17%, enquanto o Bradesco (BBDC4) continua na lanterninha, com ROE de 12,4%.

“Temos reforçado, trimestre a trimestre, o compromisso desta gestão com a adição de valor aos nossos acionistas, clientes, fornecedores, funcionários e toda a sociedade brasileira. Isso está traduzido em números na Demonstração do Valor Adicionado que totalizou 63,4 bilhões de reais”, disse a CEO, Tarciana Medeiros.

Revisão de guidance

Em meio à piora para o cenário, o BB elevou a projeção (guidance) provisionamento desde ano da faixa de R$ 34 bi a R$ 31 bi para R$ 37 bi a R$ 34 bi.

No agro, a queda dos preços dos grãos trouxe dificuldades para produtores, além de impactar empresas, como AgroGalaxy (AGXY3) e Portal Agro, que entraram em recuperação judicial.

Enquanto isso, os pedidos recuperação judicial para produtores cresceram 256% em comparação com o mesmo período do ano anterior, segundo dados da Serasa.

Por outro lado, o banco espera diminuis as despesas administrativas, passando de 6% a 10% para 5% a 7%.

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