João Wagner Antoniol ouviu que MDB “montou chapa suicida”, com dois não reeleitos

João Wagner Antoniol ouviu que MDB “montou chapa suicida”, com dois não reeleitos

A Rádio Transamérica entrevistou, nesta terça-feira (12), João Wagner Antoniol (MDB), na série com os vereadores eleitos em Juiz de Fora. Ele vai para o segundo mandato, após receber 3.652 votos.

Transamérica: Em quem você vai votar na Mesa Diretora da Câmara e qual vai ser o seu posicionamento em relação ao Executivo nessa próxima legislatura?

João Wagner Antoniol: A gente está alinhado justamente para dar continuidade à presidência que está na Câmara, que é o Zé Márcio Garotinho (PDT). Temos uma afinidade muito grande com ele. Eu fui candidato em 2016 lá no PV junto com o Zé Márcio, então temos um alinhamento já de outroras. E o Zé Márcio fez um trabalho muito bacana à frente da Câmara. Então, nesse início de mandato, onde tem muitos novatos, onde tem uma série de fatores, a gente prefere dar continuidade para não ter uma mudança tão radical. Em relação ao Executivo, eu sou do seguinte posicionamento: o vereador tem que pensar no povo, tem que pensar nas coisas que são boas para o povo. E fazer o trabalho fiscalizador. A gente tem que ter o trabalho fiscalizador. Eu conversei com a prefeita logo no início desse mandato atual. Se ela atendesse o meu público, o meu povo, eu estaria com ela em todas as pautas na Câmara que fosse para o povo. Agora, as pautas que não são para o povo, que são de ideologias, a gente tem que reavaliar e eu não apoio todas as pautas de ideologias.

Transamérica: O senhor apresentou um projeto para combater poluição sonora em dezembro passado, retirou, fez alterações, apresentou outro em janeiro e retirou ele em maio. Quais estão sendo as dificuldades dessa questão?

João Wagner Antoniol: Esse projeto é até um pouco polêmico, mas grandes centros estão sendo implementados nesse projeto. A gente analisou esse projeto em outras cidades, ele tem dado certo e pretendemos voltar com ele agora, no início do próximo mandato. Através desse projeto vão vir outros projetos, mas é trabalhar dentro do município um programa de silenciamento urbano. Apesar de não ser tão levada em consideração em relação a outras poluições do meio ambiente, a poluição sonora é a que causa mais transtorno na humanidade. Então a gente precisa hoje trabalhar um silenciamento. Hoje nós temos problemas imensos dentro do município, com bares, casas noturnas, poluição sonora com veículos. Então estamos trabalhando em cima disso aí, para chegarmos ao ponto de Juiz de Fora ser uma cidade que tenha uma poluição sonora muito menor. O que as outras cidades, os grandes centros, cidades do porte de Juiz de Fora, já conseguiram com projetos de leis dessa forma.

Transamérica: E qual é a dificuldade na Câmara?

João Wagner Antoniol: Não está tendo dificuldade na Câmara, não. O que está tendo dificuldade é que alguns setores comerciais, que chamou a gente para conversar, setor hoteleiro, setor de bares, para a gente readaptar e dar tempo para eles começarem a adaptar o sistema. Mas dentro da Câmara não está tendo rejeição nenhuma do projeto, não.

Transamérica: Outro projeto do senhor que teve algumas críticas envolvidas foi um projeto para alterar normas de segurança de instituições financeiras, que foi apresentado em 2022. Foi criticado pelo sindicato do setor e depois chegou a ser vetado pela prefeita. O senhor acredita que faltou diálogo? 

João Wagner Antoniol: Na verdade, nós fomos procurados por alguns setores dos bancários de Belo Horizonte, que vieram no nosso gabinete apresentando um projeto de lei de BH e perguntando se a gente poderia apresentar o projeto. E a primeira pergunta que eu fiz foi: “vocês estão alinhados com o sindicato? O sindicato está sabendo disso aí?”. A primeira resposta deles foi que estavam alinhados, que o sindicato estava ciente. Quando a gente entrou com o projeto, vimos que o sindicato não tinha conhecimento. Então, na verdade, isso foi uma má-fé do pessoal que usou o nosso gabinete para fazer esse tipo de projeto aqui. Assim que nós soubemos da situação, nós fomos na prefeita e eu pedi para vetar, porque já tinha passado pela Câmara. E foi até uma situação que eu chamei muita atenção do pessoal lá de BH, do pessoal da Febraban (Federação Brasileira de Bancos), e a gente falou que não ia votar mais esse tipo de projeto enquanto eles não conversassem com o sindicato.

Transamérica: O senhor entrou por 70 votos a mais que o Vagner Oliveira, seu companheiro de MDB, que vai ficar de fora da próxima legislatura, e a apuração de votos ia mudando a todo momento. Em algum momento o senhor temeu ficar de fora dessa próxima legislatura?

João Wagner Antoniol: De ficar de fora, todo mundo tem. A probabilidade de não ganhar a eleição é muito maior do que você ganhar. Então a gente faz a campanha, faz o nosso trabalho, mas a gente tem em mente que a gente pode ficar de fora, que a probabilidade de ficar de fora é muito maior do que você entrar. E no MDB, foi um partido que o pessoal falou muito assim: “vocês montaram uma chapa suicida”. A gente sabia que  tinha a probabilidade de fazer três, que era iminente, tanto é que faltou 800 votos só pra gente fazer o terceiro vereador. Mas a gente tinha um pé no chão de que poderia fazer só dois, e que dois ficariam de fora. Eu acho que espiritualmente todo mundo estava preparado pra ganhar ou pra ficar fora, com 50%. É uma pena que o Vagner ficou de fora, o Militão (MDB) ficou de fora, são dois bons vereadores, dois grandes amigos, tanto é que estavam no mesmo partido. Então é uma pena que não deu pra eleger o terceiro, pra eleger mais vereadores. Mas eu fiz a minha campanha, foi uma campanha muito limpa, muito pé no chão, sem muitos recursos, e a gente acabou, graças a Deus, conseguindo a reeleição.

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