Dívida Pública sobe 2,25% em junho

A Dívida Pública Federal (DPF) atingiu R$ 7,067 trilhões em junho, representando um aumento de 2,25% em relação ao mês anterior, quando estava em R$ 6,912 trilhões. Segundo o Tesouro Nacional, essa alta coloca a dívida no patamar previsto para o ano, conforme o Plano Anual de Financiamento (PAF) que estabelece uma faixa entre R$ 7 trilhões e R$ 7,4 trilhões para o final de 2024.

Helano Borges Dias, coordenador-geral de Operações da Dívida Pública, mencionou que em agosto a equipe econômica revisará os parâmetros do PAF, considerando as mudanças no cenário econômico, como a expectativa de cortes na taxa de juros pelo Federal Reserve, o que pode aliviar a pressão sobre a dívida pública brasileira, uma vez que parte dela está atrelada ao câmbio.

A Dívida Pública Federal externa (DPFe) registrou um aumento de 9,86%, passando de R$ 285,47 bilhões em maio para R$ 313,61 bilhões em junho, influenciada pela alta do dólar. A Dívida Pública Mobiliária Interna (DPMFi) também subiu, atingindo R$ 6,754 trilhões, um crescimento de 1,93% em relação a maio. Esse aumento se deve à emissão líquida de títulos, principalmente indexados à taxa Selic, que somou R$ 72,36 bilhões a mais do que os resgates, além da apropriação de R$ 55,51 bilhões em juros.

Dívida Pública

No mesmo período, o Tesouro emitiu R$ 83,25 bilhões em títulos da DPMFi, com 59,63% desses papéis corrigidos pela Selic, 25,75% prefixados e 14,56% indexados a índices de preços. Os resgates totalizaram R$ 10,89 bilhões.

O colchão da dívida pública, uma reserva financeira utilizada em momentos de crise ou concentração de vencimentos, cresceu 7,05%, passando de R$ 1,031 trilhão em maio para R$ 1,104 trilhão em junho, suficiente para cobrir 8,20 meses de vencimentos da dívida pública.

A composição da DPF mostrou uma leve redução na participação da DPMFi, de 95,87% para 95,56%, enquanto a DPFe aumentou de 4,13% para 4,44%. A proporção de títulos corrigidos pela Selic também caiu ligeiramente, de 43,78% para 43,74%. Para os títulos prefixados, a participação reduziu de 22,68% para 22,67%, e a dos títulos corrigidos pela inflação passou de 29,43% para 29,17%. O impacto do câmbio na dívida pública aumentou de 4,11% para 4,42%.

O prazo

O prazo médio da DPF diminuiu de 4,08 para 4,02 anos, refletindo o intervalo médio para renovação da dívida. As instituições financeiras continuam sendo as principais detentoras da DPMFi, com 30,7% de participação, seguidas por fundos de pensão (23,07%) e fundos de investimento (21,99%). A participação de investidores estrangeiros subiu de 9,76% para 10,03%.

Através da dívida pública, o governo obtém recursos de investidores para financiar seus compromissos, prometendo devolver esses recursos com correções que podem ser atreladas à Selic, à inflação, ao dólar ou serem prefixadas.

(Com Agência Brasil).

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