Com Petrobras, Ibovespa inicia semana em baixa de 0,42%, aos 126,9 mil

Após a alta de 1,22%, na sexta-feira, que havia interrompido série de três perdas diárias, o Ibovespa retoma trajetória negativa neste começo de semana, abaixo dos 127 mil pontos – mas cerca de mil pontos acima do encerramento da última quinta, quando foi ao menor nível desde 3 de julho. Hoje, fechou em baixa de 0,42%, aos 126.953,86 pontos, entre mínima de 126.605,66 e máxima de 127.657,17, com giro a R$ 17,6 bilhões na sessão. No mês, que termina na quarta-feira, o índice avança 2,46% – no ano, cede 5,39%.

O desempenho desta segunda-feira foi condicionado em especial por Petrobras (ON -2,52%, PN -2,02%), antes do relatório de produção da estatal. Ao fim, o dia foi levemente positivo para Vale (ON +0,18%) e também para os grandes bancos, com destaque para Itaú (PN +0,73%) e Santander (Unit +1,13%). Na ponta ganhadora do Ibovespa, Klabin (+3,21%) e 3R Petroleum (+2,80%), apesar do ajuste negativo do petróleo, ambas à frente de Suzano (+1,91%) no fechamento. No lado oposto, Magazine Luiza (-5,80%), Usiminas (-4,42%), Vamos (-4,36%) e Petz (-4,31%).

Os contratos futuros de petróleo fecharam em queda forte, entre 1,53% (Brent) e 1,75% (WTI), em meio à incerteza sobre a demanda da China e diante da valorização do dólar no exterior, nesta segunda-feira. “A desvalorização do petróleo exerceu pressão sobre as ações e, além disso, a Petrobras anunciou, na última sexta-feira, plano para adquirir 40% da participação da Galp no campo de Mopane, na Namíbia”, aponta Frederico Nobre, head de análises da Warren Investimentos, referindo-se a uma aquisição avaliada em cerca de US$ 4 bilhões.

“Embora a Petrobras precise aumentar suas reservas de petróleo, a empresa tem um histórico fraco de operações fora do Brasil, o que gera um certo ceticismo entre os investidores”, acrescenta. Tal aquisição, juntamente com a recompra de refinarias que haviam sido vendidas anteriormente, pode reduzir a “margem de segurança” nas projeções de dividendos da Petrobras, acrescenta Nobre, em nota.

“O mercado operou hoje com baixa liquidez, à espera da ‘superquarta’”, diz Virgilio Lage, especialista da Valor Investimentos, referindo-se às decisões de política monetária, no dia 31, no Brasil e nos Estados Unidos, e especialmente aos sinais sobre os juros que podem emergir ao final de ambas as reuniões.

“Vindo de boa alta na sexta-feira, a correção de hoje foi relativamente leve. Ainda há firmeza na tendência de recuperação desde que o governo começou a mostrar contundência nos acenos sobre a condução fiscal, com os contingenciamentos. Estamos entrando em temporada de resultados trimestrais, e isso pode trazer um pouco mais de cautela e volatilidade, no momento em que os investidores vinham mostrando algum conforto”, diz Felipe Moura, analista da Finacap.

Por outro lado, os dados do Focus desta segunda-feira não vieram tão positivos, destaca Hemelin Mendonça, sócia da AVG Capital. “Teve aumento na expectativa de IPCA para o final deste ano, para 4,10% (ante 4,05%), e aumento também para 2025, a 3,96% (ante 3,90%), assim como para o câmbio de 2025, a R$ 5,25 (ante R$ 5,23)”, diz. “E a projeção do resultado primário para 2025 piorou, para -0,70% do PIB (ante -0,67%). Por fim, o setor público mostrou déficit nominal de R$ 135,724 bilhões em junho, o que mostra que ainda há um grande caminho a se percorrer, nas questões fiscais, para melhora do cenário brasileiro”, acrescenta.

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